EPO: Inventores premiados em Lisboa

Inventores da Dinamarca, França, Alemanha, Países Baixos e EUA receberam, em Lisboa, o Prémio Europeu do Inventor.

Prémio Europeu do Inventor
Prémio Europeu do Inventor. Foto: TV Europa

O Instituto Europeu de Patentes (EPO, sigla da designação em inglês) apresentou “os melhores e mais brilhantes inventores do ano”, na Cerimónia de Entrega do Prémio Europeu do Inventor 2016, em Lisboa.

Com estes prémios o EPO pretende reconhecer os inventores “mais extraordinários e que mais tenham contribuído para o desenvolvimento social, o progresso tecnológico e o crescimento económico na Europa e em todo o mundo”.

Os prémios do EPO de 2016 “dão esperança a pessoas que sofrem doenças, aumentam a eficiência dos diagnósticos médicos, protegem o ambiente e salvam a vida de milhares de pessoas nas estradas”, referiu Benoît Battistelli, Presidente do EPO.

Na cerimónia da entrega dos prémios, que decorreu em Lisboa, estiveram presentes, para além de inventores, empresários e diversos convidados, e Benoît Battistelli, Presidente do EPO, António Costa, Primeiro-Ministro e Carlos Moedas, Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação.

Consagração de Carreira

Prémio Consagração de Carreira foi este ano para Anton van Zanten. Este inventor foi galardoado “por ter criado um verdadeiro marco na história dos sistemas de segurança automóvel, tendo ajudado a salvar milhares de vidas. Atualmente este sistema é uma característica obrigatória dos carros”.

Ao longo da sua carreira de mais de 40 anos, Anton van Zanten, enquanto engenheiro automóvel na empresa alemã ‘Robert Bosch’, criou o sistema de Controlo de Estabilidade Eletrónica (ESP) e outras soluções que previnem as derrapagens dos automóveis, assim como os choques em situações de travagem extrema”.

Indústria

Prémio Indústria foi para os físicos Bernhard Gleich e Jürgen Weizenecker e a sua equipa “por estarem na génese de uma nova categoria de soluções médicas na área da radiologia. Desenvolvida no laboratório Philips Research Hamburg, a radiologia com partículas magnéticas fornece imagens em tempo real de tecidos humanos com uma qualidade sem precedentes”.

O sistema que é baseado em magnetes, “está agora em ensaios pré-clínicos e promete fornecer aos médicos imagens instantâneas em 3D de complicações ao nível dos tecidos, incluindo cancros e doenças vasculares”.

Pequenas e Médias Empresas

Prémio Pequenas e Médias Empresas foi para Tue Johannessen, Ulrich Quaade, Claus Hviid Christensen e Jens Kehlet Nørskov “por terem tornado possível usar amónia, sob forma sólida, para reduzir a poluição atmosférica de motores a diesel e para substituir combustíveis poluentes, dada a amónia poder ser usada como um combustível com emissões zero”.

A amónia é “libertada nos sistemas de escape dos motores a diesel, reduzindo a emissão nociva de NOx (óxidos de mono-nitrogénio, uma componente chave do smog) até 99%”.

Investigação

O prémio de Investigação foi atribuído a Alim-Louis Benabid “pela revolução que motivou no tratamento da doença de Parkinson e de outras situações neurológicas usando a estimulação cerebral profunda de alta frequência”.

O método desenvolvido por Alim-Louis Benabidbaseado em descargas elétricas administradas através de uma sonda implantada no interior do cérebro do doente, semelhante a um pacemaker do cérebro, tornou-se num tratamento standard em todo o mundo, e já beneficiou 150 mil pessoas que hoje levam vidas autónomas e independentes graças a esta invenção”.

Países Não Europeus

O prémio para países de fora da Europa foi atribuído ao engenheiro químico Robert Langer dos EUApela invenção de plásticos biodegradáveis que encapsulam medicamentos anticancerígenos fortíssimos que são direcionados para atuar num ponto específico do corpo humano”.

Os bioplásticos de Robert Langer “podem ser produzidos em forma de chip, conter medicamentos contra o cancro e ser implantados mesmo ao lado dos tumores onde o medicamento é libertado por um processo natural que permite uma eficácia máxima”.

Estas invenções patenteadas de Robert Langer encontram-se licenciadas “a mais de 300 empresas farmacêuticas”.

Prémio do Público

Prémio do Público foi para a investigadora da Universidade de Cambridge Helen Lee “pela sua invenção de kits de diagnóstico para países com falta de recursos em todo o mundo. Já tendo sido usado para testar doenças em mais de 40 mil pessoas, estes kits de diagnóstico, que examinam o sangue com exatidão e a um preço eficiente, detetam vários tipos de doenças contagiosas como o VIH, a hepatite B e a clamidíase”.

Helen Lee recebeu mais de 36 300 votos, ou seja 64% do número recorde total de 56 700 votos do público, ao longo das cinco semanas que antecederam a cerimónia.