De acordo com dados do estudo EMPIRE, a anemia afeta um em cada cinco portugueses e é uma complicação muito frequente da doença renal crónica (DRC), que afeta um em cada dez portugueses, de acordo com o estudo RENA. Apesar de ambas as condições serem comuns, os sinais e sintomas são inespecíficos, de instalação lenta e progressiva e, como tal, podem passar despercebidos. A anemia associada à doença renal crónica tem forte impacto na qualidade de vida, mas também contribui para a mortalidade, sobretudo cardiovascular, para a morbilidade e para os elevados custos em saúde atribuídos à doença renal crónica.
Neste Dia Nacional da Anemia – 26 de novembro – a Sociedade Portuguesa de Nefrologia salienta estas duas condições clínicas, ambas problemas de saúde pública pouco reconhecidos, subdiagnosticados e subtratados.
Com o objetivo de identificar, diagnosticar e tratar precocemente a doença renal crónica e prevenir a anemia, alguns grupos de risco, como doentes com diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença autoimune ou oncológica, devem ser acompanhados regularmente. Além disso, a identificação precoce destas duas patologias deve estar enquadrada numa política nacional de saúde e de governação clínica com vista a garantir, de forma equitativa, o acesso à resposta mais adequada a todos os casos que padecem de anemia e doença renal crónica.
Neste Dia Nacional da Anemia, não desvalorize os sintomas. Se sofre de diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença auto-imune ou oncológica tem um risco agravado de sofrer de anemia, pelo que não deixe de procurar o seu médico!
Autora: Ana Farinha, Nefrologista no Hospital de Vila Franca de Xira, Membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Nefrologia