Os doentes com cancro colo-rectal metastático (CCRm) na Europa, Ásia e Austrália, possuem agora acesso ao teste de Biópsia Líquida. O teste demonstrou ter um desempenho semelhante ao das biópsias convencionais baseadas em tecido tumoral, recolhido por cirurgia, e pode ser usado para determinar quais os doentes que podem beneficiar das terapêuticas dirigidas ao recetor do fator de crescimento epidérmico (anti-EGFR).
O teste de biópsia líquida para determinação do biomarcador RAS analisa um amplo painel de 34 mutações, e para isso é apenas necessária uma pequena amostra de sangue (10ml), em vez de uma biópsia de tecido, para determinar o estado de mutação dos tumores. O teste tem o potencial de fornecer resultados em poucos dias, o que pode contribuir para que as decisões terapêuticas sejam tomadas de uma forma mais célere.
A rapidez dos resultados e uma maior informação vai ajudar os profissionais de saúde a selecionarem a terapêutica mais eficaz para os doentes com cancro colo-rectal metastático eliminando tempos de espera cruciais para a eficácia do tratamento.
A Sysmex Inostics e a Merck estão a testar a determinação dos biomarcadores no cancro colo-rectal metastático e verificam haver já “uma forte aceitação e vontade em usar o teste em centros piloto, com os profissionais de saúde a reconhecerem o valor clínico deste teste através de uma simples amostra de sangue”, referiu Fernando Andreu, CEO da Sysmex Inostics, citado em comunicado.
Aproximadamente metade dos pacientes com cancro colo-rectal metastático têm tumores com mutações RAS, e os resultados de estudos indicam que a evolução das mutações nestes pacientes demostraram que terapias com anticorpos monoclonais anti recetor do fator de crescimento epidérmico (anti-EGFR) podem melhorar os resultados dos pacientes.
O Departamento de Oncologia Médica do Hospital Universitário Vall d’Hebron, Espanha foi o primeiro centro a usar o teste da biópsia líquida do biomarcador RAS, e “constatámos em primeira mão como esta tecnologia ajuda na tomada de decisão da terapêutica” referiu o Professor Josep Tabernero, Diretor do Departamento.
O cancro colo-rectal é o segundo tipo de cancro mais comum no mundo, com uma incidência superior a 1,36 milhões de novos casos por ano. Calcula-se que por ano o cancro seja responsável por mais de 694.000 mortes em todo o mundo. Ou seja, 8,5% das mortes por cancro e a quarta causa mais comum de morte.
Cerca de 55% dos cancros colo-rectal diagnosticam-se em zonas desenvolvidas e as taxas de incidência e mortalidade são consideravelmente mais altas nos homens que nas mulheres.