Celine Vetter, do Brigham and Women’s Hospital of Harvard Medical School, em Boston, e equipa, examinaram a incidência da doença cardíaca coronária em 189.158 mulheres inicialmente saudáveis e que foram acompanhadas ao longo de 24 anos no Nurses’ Health Studies (NHS).
Estudos introdutórios têm vindo a relacionar o trabalho por turnos com o aumento de doença cardíaca coronária, doenças metabólicas e cancro, embora tenham sido inconsistentes por serem limitados e observarem períodos curtos.
Agora, no estudo levado a cabo pela equipa de Celine Vetter, os investigadores determinaram a história da vida das enfermeiras que estiveram sujeitas a turnos de trabalho noturno de 3 noites ou mais por mês, além de turnos durante o dia.
Durante o tempo que os investigadores fizeram o acompanhamento, o NHS verificou 10.822 incidentes de doença cardíaca coronária, ou seja: ataque cardíaco não fatal, morte por doença cardíaca coronária, angina de peito (confirmada por angiograma), revascularização de cirurgia de enxerto, ‘stents’ e angioplastia. Por média de idades, no início do estudo verificaram-se 7.303 incidentes em enfermeiras com 54,5 anos e 3.519 casos em enfermeiras com 34,8 anos.
A investigação mostrou que o aumento de anos de trabalho em turnos noturnos está associado a um aumento, embora pequeno, de risco de doença cardíaca coronária.
Depois das enfermeiras deixarem de fazer trabalho por turnos, os investigadores verificaram que a associação entre a duração do trabalho por turnos e a doença cardíaca coronária foi mais forte no primeiro semestre do que no segundo semestre. Assim, o estudo conclui que há medida que o tempo vai passando depois das enfermeiras deixarem de executar o trabalho por turnos, o risco de doença cardíaca coronária vai diminuindo.