O verão é uma época típica de férias, descanso e diversão, mas é também uma altura do ano em que o sol e as temperaturas elevadas deixam, sobretudo, as crianças, os idosos, as grávidas e as pessoas com doenças crónicas mais vulneráveis.
Com medidas gerais muito simples, como atenção à alimentação e à hidratação, manutenção de bons hábitos de higiene e uso responsável de medicamentos, é possível evitar ou minimizar os danos que as doenças mais comuns desta época possam causar na sua saúde.
Mas quais são as doenças que apresentam um maior número de casos no verão, e como evitá-las?
As doenças relacionadas com os fatores ambientais, como as queimaduras, a desidratação ou o golpe de calor podem ser prevenidas através da ingestão de líquidos, principalmente água em quantidades generosas e em intervalos regulares, mesmo que não tenha sede, e através da limitação da exposição solar aos horários adequados, isto é, evitando o período das 11 às 16 horas, usando sempre o creme protetor.
Existem também situações que se associam a fatores comportamentais, que podem ser minimizadas se se tiver uma atitude responsável, como nos casos de intoxicação alimentar ou alcoólica e das doenças sexualmente transmissíveis, estas preveníveis com o uso de preservativo.
No verão é preciso ter cuidado, também, com algumas infeções sazonais, mais prováveis durante os meses de junho, julho e agosto, como por exemplo a febre da carraça, que habitualmente causa febre alta e, em alguns casos, pequenas manchas avermelhadas no corpo. Se esteve exposto a animais que possam ser portadores de carraças, procure-as, durante o banho, em zonas mais escondidas, como debaixo dos braços, na virilha e atrás das orelhas e, se tiver animais de estimação, faça a prevenção com desparasitantes externos. Outra infeção que é mais comum nesta época é a leptospirose, que resulta do consumo de águas não tratadas, que se podem encontrar contaminadas por urina de rato, o vetor da doença.
O pé de atleta e outras micoses cutâneas são também mais comuns no verão. É essencial a utilização de chinelos em piscinas e balneários públicos. Para reduzir o risco de conjuntivites e otites externas, use óculos de natação e tampões para os ouvidos.
Por fim, se for de férias para um destino tropical, é essencial que vá a uma consulta do viajante.
Autor: Vasco Barreto, Internista e Secretário-Geral da SPMI
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) é uma associação científica, fundada em 1951. Tem como finalidade promover o desenvolvimento da Medicina Interna ao serviço da saúde da população portuguesa. Promove ainda a investigação e o estudo de problemas científicos, bem como a organização de atividades educacionais, no âmbito da formação contínua, dirigidas aos médicos e à população em geral, no campo da Medicina Interna.