Temos que começar a aprender e a perceber como gastamos o nosso tempo.
Há pessoas que não sabem fazer outra coisa do que trabalhar. Trazem tarefas para casa, inclusive ao fim-de-semana e roubam às horas de descanso.
No entanto, o trabalho é apenas uma das maneiras que temos de nos mantermos permanentemente ocupados.
Eu tenho um amigo que me diz – “ gostava de ter o teu tempo livre”. E, eu respondo-lhe – “ eu gostava de ter o teu dinheiro”.
É uma opção de vida, ter tempo livre, posso-me dedicar ao que realmente aprecio e tenho prazer: escrever, ler, fazer uns debates, jogar futebol, viajar, ir ao cinema, ao teatro, a um concerto, acompanhar o meu filho, gozar a minha casa, entre outros.
É um absurdo querer ganhar muito dinheiro sem poder gastá-lo, é de pouca utilidade ter sucesso sem tempo, é anacrónico ter dinheiro e não ter disposição e tempo para o gastá-lo.
Para muitos, torna-se viciante contabilizar o dinheiro da nossa conta bancária.
O aumento da produtividade torna-se um hábito, só se para quando se está doente e se fica prostrado numa cama.
Entre querer ter mais dinheiro ou mais tempo, opto por ter mais tempo.
Ter tempo é uma verdadeira riqueza, mesmo com muito dinheiro, algo que queiramos fazer requer tempo.
Gozar o prazer de não ter nada para fazer para começarmos a fazer o que gostamos e nos dá mais prazer.
É importante aprender a não fazer nada, temos que aprender a gerir o nosso tempo. Ter tempo permite sentir o tempo, contemplar o que se passa e existe à nossa volta.
Com a idade fazemos as coisas mais lentamente, daí, precisamos de mais tempo.
O tempo é um bem escasso e dever-se-ia dar mais valor a esse bem escasso. A falta de tempo tornou-se uma espécie de enfermidade.
Para outros, é uma mania dizerem que estão muito ocupados para pensarmos que são muito importantes.
Algo que se deveria aprender: gerir o nosso tempo. Há gente que vive pensando que nunca vai morrer e só pensa em trabalhar e ganhar dinheiro. Porém, quando se apercebe, a vida passou-lhe ao lado e, é um desinserido social à procura de qualquer coisa que não encontra.
Autor: Joaquim Jorge, biólogo, fundador do Clube dos Pensadores