Penso que os tempos atuais requerem responsabilidade da minha classe e a partilha de situações que não se desenrolem somente com os professores, mas também com os alunos.
O discurso egocentrista, embrulhado em ódio, só levará os professores, como se viu no dia 10 de Junho com os cartazes dedicados ao primeiro-ministro, a passar todos os limites do respeito pelas pessoas, independentemente da sua ideologia, raça ou crença.
Retendo este princípio, é importante para os professores chamar a atenção sobre o que se passa com os alunos na escola.
Além da indisciplina tantas vezes referenciada, os meios de aprendizagem, etc. é preciso chamar a atenção para um tempo e lugar que é muitas vezes esquecido, tanto pelos responsáveis no ministério da educação, tanto pelos responsáveis pelas escolas…falo-vos do recreio de cada escola.
O tempo de recreio dos alunos na escola pública é muitas vezes negligenciado. Refiro-me não só à falta de vigilância nos tempos de intervalo das aulas, mas também à presença imprópria nestes espaços de estruturas arquitetónica desadequadas…
Estes géneros de obstáculos como muros, poços, barras de ferro, etc. provocam aos alunos nos pátios das escolas públicas, acidentes que não são vistos por quem deveria vigiar este tempo livre dos mesmos.
A falta de vigilância não provoca só a escassez de assistência ao aluno em caso de urgência médica. As ausências de funcionários nos pátios da escola levam também à criação de um maior número de situações de bullying, violência, consumo de drogas, etc.
A contratação de pessoal não docente para as Instituições de ensino público terá de ser uma prioridade para a escola não descurar o tempo e o lugar que não se resume à presença do aluno na sala de aula.
É importante haver consciência da importância do recreio não só de quem gere a escola, mas também de quem nos governa.
Fica aqui a chamada da atenção de um professor, mas em nome da saúde mental e física dos alunos.
Autor: Paulo Freitas do Amaral, Professor de História