É possível intervir ao nível da prevenção das exacerbações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), indica estudo resultante de um ensaio clínico da farmacêutica Novartis. O estudo traz novas evidências no tratamento da prevenção da DPOC o que pode limitar as crises que levam muitas vezes o doente ao hospital e o obrigam a internamento.
Em Portugal, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica afeta 800 mil pessoas, mas estima-se que apenas 10% estejam diagnosticadas. No Mundo é a terceira principal causa de morte, afetando cerca de 210 milhões de pessoas, o que constitui um dos maiores desafios da saúde na década atual.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica “é uma doença progressiva, que geralmente se agrava ao longo do tempo, e que pode ser fatal”, referiu a Novartis. “As pessoas com a doença têm dificuldade em respirar e os sintomas têm um impacto significativo ao limitar as atividades diárias e a qualidade de vida”.
Os doentes com DPOC passam por crises, designadas de exacerbações, “que podem ser verdadeiramente ‘assustadoras’, deixando-os ofegantes ou incapazes de respirar”. Crises que os doentes descrevem como uma sensação de ‘um peixe fora de água’.
“Estes episódios estão também associados ao aumento dos custos de utilização dos cuidados de saúde, particularmente devido à necessidade frequente de hospitalização”, indica a farmacêutica, pelo que “a prevenção e redução destas crises é uma das prioridades no tratamento”.
Corticosteroides aumentam risco de outras doenças
O tratamento tem “tradicionalmente sido realizado através de medicação à base de corticosteroide inalado combinado com broncodilatador”, no entanto, é conhecido que “o uso de corticosteroide inalado pode colocar os doentes com DPOC em risco de desenvolver outras patologias graves, como diabetes, osteoporose e pneumonia”.
A Novartis conduziu o novo estudo, designado por ‘FLAME’, que tendo partido da eficácia dos broncodilatadores no tratamento da DPOC e na prevenção de crises, avaliou a eficácia de um tratamento sem corticosteroides inalados em doentes em risco.
O estudo FLAME indica que os “doentes tratados com a combinação indacaterol/glicopirrónio administrada diariamente num inalador, que permite confirmar a toma (Ver, Ouvir e Sentir), demonstrou ser superior ao tratamento com corticosteroide combinado com salmeterol na redução e prevenção de crises, melhoria da função pulmonar e da qualidade de vida das pessoas com DPOC”.
Adicionalmente, o estudo demonstrou que a “combinação indacaterol/glicopirrónio está associada a uma menor incidência de pneumonias relativamente ao regime de tratamento incluindo um corticosteroide inalado”, indicou a Novartis.
