Uma das mais antigas e numerosas comunidades lusas no estrangeiro, a comunidade portuguesa em França, que ronda um milhão de pessoas, tem-se destacado ao longo dos anos pela sua notável dinâmica associativa, económica e sociopolítica, que muito tem contribuído para o desenvolvimento das pátrias de Victor Hugo e de Camões.
Essa intensa atividade tem impelido, desde 2010, ano em que a propósito do centenário da proclamação da Primeira República Portuguesa, os então presidentes da Câmara de Paris e Lisboa, Bertrand Delanoë e António Costa, acordaram receber a comunidade franco-portuguesa numa noite especial no Hôtel de Ville e Paris, a realização anual de uma Gala oferecida pela Câmara de Paris à comunidade luso-francesa.
Organizada pela Cap Magellan, uma associação de jovens luso-descendentes, fundada no princípio dos anos 90 em Paris, e que ao longo das últimas décadas tem assumido um papel ativo no desenvolvimento das relações entre a França e Portugal, a iniciativa tem como principal propósito homenagear as pessoas ou instituições que se têm distinguido no seio da comunidade luso-francesa.
No início deste mês, após as restrições impostas pela pandemia, realizou-se a 11.ª celebração desta Gala no Salão de Honra da Câmara de Paris, que uma vez mais computou a presença das forças vivas da comunidade portuguesa em França. Mais de 650 pessoas, entre elas, vários artistas, empresários, dirigentes associativos, políticos e estudantes, aplaudiram numa constante atmosfera de exaltação da cultura pátria, os diferentes premiados.
Foi o caso do jovem Hugo Augusto, distinguido como melhor aluno de liceu, Adeline Afonso, reconhecida como melhor estudante universitária, a associação “Dona Beatriz”, considerada a melhor associação, a coletividade “Des ailes pour le Portugal”, enaltecida como melhor projeto associativo, Christophe Paredes, realçado como melhor jovem empresário, ou Carlos Lopes, nomeado o artista revelação.
Uma das particularidades dos prémios da Cap Magellan, é que estes são apoiados por empresas lusas em França, como as seguradoras Império e Fidelidade, e por empresários lusodescendentes, como é o caso de Jean Pina, que robustecem assim o associativismo, a participação e o espirito comunitário dos portugueses no território gaulês.
Autor: Daniel Bastos, Historiador e Escritor.