A ‘Fogaça da Feira’ é um pão doce com leve sabor e aroma a limão e canela, de tonalidade acastanhada e forma cónica estilizando no topo quatro bicos. É constituída por uma massa solta e leve, de cor ligeiramente amarelada, com pequenas perfurações sendo estaladiça no exterior. Esta é a descrição agora publicada no Jornal Oficial da União Europeia.
Do registo consta que a ‘Fogaça da Feira’ pode ser apresentada para comercialização “embalada, a granel ou congelada, sob vários tamanhos, desde que a altura da Fogaça da Feira respeite uma variação de 35 %, para mais ou para menos, em relação ao diâmetro da base”.
A ‘Fogaça da Feira’ é feita ”com farinha de trigo de tipo 45 e/ou tipo 55 ou similar, ovos, açúcar, manteiga, levedura fresca ou fermento de padeiro, água, canela, sal, sumo e raspa de limão”, e todas as fases de “produção têm lugar na área geográfica identificada: preparação, moldagem, corte da massa e cozedura”.
A produção de ‘Fogaça da Feira’ está circunscrita ao concelho de Santa Maria da Feira. Este pão doce é “referido em diversos documentos medievais”, e de acordo com o que chegou aos nossos dias, resultou “de um voto a São Sebastião”.
Há referências muito antigas da fogaça “como foro nas inquirições de 1220, mandadas realizar por D. Afonso II, na Terra de Santa Maria, sede administrativa e militar desta região, tendo como sede a Vila da Feira e o seu Castelo, que lhe inspirou a forma”.
O nome ‘Fogaça da Feira’ terá dado “origem ao nome da maior festa religiosa centenária realizada no concelho de Santa Maria da Feira, a Festa das Fogaceiras”.
A ‘Festa das Fogaceiras’ é uma tradição com 5011 anos de devoção do povo das Terras de Santa Maria. Hoje é a festividade mais emblemática de Santa Maria da Feira, atraindo muitos forasteiros de todo o concelho, do país, e mesmo do estrangeiro.
A ‘Festa das Fogaceiras’, que se celebra anualmente a 20 de janeiro, inclui diversas iniciativas, como a mostra de fabrico da Fogaça, envolvendo produtores e provadores, o capítulo da Confraria da Fogaça da Feira, que é cerimónia marcante da Confraria.
Na produção da ‘Fogaça da Feira’ destaca-se o “enrolamento da massa em cone que deve ser executado sempre no mesmo sentido, de baixo para cima”. Durante a cozedura são retiradas do forno e à mão separam-se os cortes no topo. Depois, recolocam-se novamente no “forno até estarem devidamente cozidas”.
Todas estas operações de produção dependem muito das condições climatéricas que influenciam o estado da massa, mas dependem em muito da experiência e sensibilidade do fogaceiro.