fui automaticamente bombardeado por telefonemas e sms’s de operadoras de TV Cabo a perguntar se me queria fidelizar em serviços, operadoras nossas conhecidas e que nos entram em casa diariamente através de anúncios, ou na rua através de cartazes.
É realmente espantoso a rapidez e o “timing” com que estas companhias nos telefonam a vender os seus produtos. Exatamente 5 minutos após ligar o meu contador da luz e ter adquirido um serviço simples de reativação da eletricidade numa habitação aparece logo do outro lado da linha telefónica uma simpática voz de mulher a tentar vender um serviço para a TV.
O mesmo facto se deu quando há uns tempos fui criar uma entidade coletiva no Registo Nacional de Pessoas Coletivas. Automaticamente, depois de ter tratado da papelada, aí estava ele, o som do meu telemóvel novamente com uma chamada da simpática voz de mulher a oferecer-me contratos de fidelização por dois anos para telefones, televisão, etc.
Não me caiu bem, confesso. Após ter pago quase uma “pipa” de dinheiro em papelada na criação de uma entidade, aí estavam “eles” a perguntar se estaria disposto a desembolsar durante dois anos uns 30 euros por mês do meu salário. Pensei para os meus botões: puxa! Estes tipos não brincam! Onde andará a “Proteção de Dados”?
Uma vez que vivemos um período em que se avizinha a criação de uma nova entidade da concorrência em alternativa a outra que, por ter sido tão “Alta”, deixou completamente de se ver, seria bom e justo para as empresas que não partilham o meu número de telemóvel poderem concorrer em pé de igualdade com as empresas que possuem o meu número de telemóvel e que controlam o monopólio de serviços de comunicações e do audiovisual em Portugal.
Neste período de crise, seria desejável assistirmos ao desempenho de um Estado regulador, no qual eu acredito.
A regulação e fiscalização terão de ser uma constante, sob pena das empresas poderem não olhar a meios para atingir os seus fins.
Autor: Paulo Freitas do Amaral, Professor de História