As atuais medidas de contenção não estão a conter a propagação do novo coronavírus. Com mais de 306 mil pessoas infetadas, confirmadas por teste, e mais de 13 mil mortes confirmadas de doentes com a COVID-19, em todo o mundo, a situação atinge níveis dramáticos.
Médicos e outros profissionais de saúde lutam no apoio aos pacientes, sem medicamentos para combater a infeção, sem meios para a sua proteção, o número de doentes da COVID-19 não para de crescer. Na União Europeia os serviços de saúde, que há muito lutam com falta de recursos humanos e materiais, estão rapidamente a colapsar.
As instituições europeias “embrulhadas” numa teia de interesses políticos e económicos e sem poder para atuar vão-nos entretendo com declarações de intensões de financiamentos à economia e as palavras sempre presentes de apoio solidário. Os governantes dos países, sempre preocupados em jogos com pouca transparência, são incapazes de medidas audazes.
Dos manuais das guerras podemos sempre retirar a lição que “para termos paz devemos preparármo-nos para a guerra”. Nesta guerra não houve nem está a haver generais a comandar e os resultados estão à vista em menos de um mês a União Europeia é invadida pelo novo coronavírus que dizima a população.
Nesta guerra, os soldados sem armas muito pouco podem fazer. Médicos, enfermeiros e todos os outros profissionais de saúde, forças de segurança (PSP, GNR, SEF e outras), pessoal dos estabelecimentos de bens alimentares, das farmácias, das organizações de apoio, dos transportes e de muitas outras atividades que diariamente, sem recursos para se protegerem, enfrentam o inimigo comum e colocam a sua vida em risco, são heróis.
Dos governantes ouvimos o pragmatismo dos números das estatísticas dos doentes e das mortes, da economia, e promessas de mais recursos para no futuro aliviar as perdas daqueles que o inimigo poupar.
Nesta guerra sem generais, sem armas, em que os soldados apenas são heróis, resta-nos a coragem para manter a esperança que o inimigo comece a ceder.
Autor: Manuel A. Silva