O que leva as pessoas ao futebol podem ser as emoções que em conjunto são vividas durante os jogos, mas também antes e depois de cada um dos jogos. Um estudo apresentado em Copenhaga, indica não haver evidência de relação entre as emoções no futebol e um maior risco de ocorrência de acidentes vasculares cerebrais.
O estudo foi apresentado por Cláudia Borbinha no II Congresso da Academia Europeia de Neurologia (EAN). Esta médica de Neurologia do Hospital Egas Moniz e autora do estudo de investigação referiu que “o número absoluto de acidentes vasculares cerebrais durante jogos de futebol pode ser maior, mas não é acima da média”.
A médica e investigadora indica, no resumo do estudo, divulgado pela EAN, que muitos estudos sugerem que o stress durante os jogos cruciais podem desencadear ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais em fãs apaixonados pelo futebol.
Partindo das conclusões já existentes, “um grupo de investigadores de Lisboa examinou dados de 2012 a 2015 para determinar a grandeza do risco de um acidente vascular cerebral que, na verdade, possa ser desencadeado pelo entusiasmo num jogo de futebol”.
“O estudo incidiu sobre estatísticas hospitalares em torno dos jogos importantes dos três maiores clubes portugueses. Verificou-se que houve 72 acidentes vasculares cerebrais nos dias antes e após os jogos e 52 durante os períodos comparáveis, quando não se disputavam jogos”, indica o resumo, do estudo apresentado ao congresso.
Por conseguinte, referiu a investigadora “os nossos dados não fornecem indicações significativas de haver uma correlação entre o entusiasmo pelo futebol e aumento do risco de acidente vascular cerebral”.