Comumente conhecido como uma nação de emigrantes, e com uma necessidade imperiosa de resolução do saldo migratório negativo que entrava o futuro coletivo, Portugal tem assistido nos últimos anos a um fluxo de “imigração dourada” que tem tornado o país um destino de refúgio de celebridades.
Atraídas pela segurança, tranquilidade, gastronomia, cultura, natureza e praias, assim como pela fiscalidade, existência de boas escolas internacionais e hospitais, são várias as personalidades além-fronteiras que têm decidido na última década viver em Portugal.
A mais conhecida por estes tempos é a cantora pop Madona, que se mudou para Lisboa em agosto do ano passado, quiçá a mais famosa habitante da capital portuguesa, e que tem partilhado assiduamente fotografias e vídeos por onde passa no território nacional nas redes sociais.
Numa dessas várias publicações nas redes sociais a sexagenária cantora norte-americana comentou assim a sua mudança para a ponta ocidental do continente europeu: “A energia de Portugal é tão inspiradora. Sinto-me muito criativa e viva aqui, onde espero trabalhar no meu filme ‘Loved’ e em fazer música nova. Este vai ser o próximo capítulo do meu livro. É altura de conquistar o mundo de um ponto vantajoso diferente”.
Na lista de celebridades internacionais a viverem atualmente em Portugal encontramos ainda, entre outras, nomes como o do ator irlandês Michael Fassbender, o designer francês de sapatos Christian Louboutin, o antigo futebolista gaulês Éric Cantona, ou a atriz italiana Monica Bellucci que se mudou para Lisboa em 2016 e que durante o passado mês de agosto foi a convidada do Museu de Arte Antiga, onde traçou um roteiro através de 12 peças que escolheu.
A capacidade de atração que Portugal tem conseguido exercer sobre várias celebridades que se estão a mudar para o território nacional, tem naturalmente um impacto positivo na atividade económica, em particular no mercado imobiliário, e na promoção turística internacional do país.
No entanto, para que esta atração perdure geradora de um impacto positivo na sociedade portuguesa, é indispensável regrar a especulação imobiliária advinda desse fluxo, e procurar aliar a essa dinâmica uma promoção transversal das potencialidades do território nacional que vão para além do eixo Lisboa, Sintra, Cascais e Comporta.
Autor: Daniel Bastos, Historiador e Escritor.