Música, poesia e outros elementos surpresa fazem parte do programa do Ciclo de Visitas Orientadas que a Direção Regional de Cultura do Norte promove, em 2018 e 2019, no âmbito da Operação Rota das Catedrais a Norte.
O programa tem como objetivo proporcionar visitas qualificadas às Catedrais, em que haja uma interpretação patrimonial e estimular nos visitantes o sentimento de pertença do património, sensibilizando-os para a importância e necessidade de salvaguarda.
As visitas são guiadas por uma personalidade local que colocará com principal enfoque os aspetos mais relevantes do património. “Durante o percurso, os visitantes serão surpreendidos com inesperados momentos de poesia e música, transformando a experiência da visita num evento cultural único.”
Em 2018, o Ciclo de Visitas Orientadas abrange a Sé de Vila Real, Sé de Braga, Concatedral de Miranda do Douro e a Sé de Viana do Castelo. Em 2019, é a vez da Sé do Porto, Sé de Lamego e Sé de Bragança.
A primeira visita decorre na Sé de Vila Real, no dia 30 de junho, às 19h00 e no dia 1 de julho às 16h00, a entrada é livre, e é conduzida por Álvaro Pinto, professor, Isaque Ferreira, bibliógrafo e leitor de poesia e Blandino, músico.
A visita num diálogo apurado entre a herança cultural e histórica dos monumentos e a expressão artística, nas suas manifestações literária e musical releva a importância do bem nas suas diversas dimensões patrimoniais, culturais e sociais.
“Tomando como ponto de partida La Cathédrale engloutie de Claude Debussy e o poema homónimo de Jorge de Sena, é desencadeado o recorte de compromisso sobre o lugar de permanência, e o que ele encerra – tesouros, detalhes, envolvente humana e paisagística – em conciliação com o lugar de silêncio, agora habitado por vozes, ecos e palavras, harmonias e ritmos, matéria do poético e do simbólico, elementos totais, tangíveis ao imaterial e aos sentidos”, descreve a nota de comunicação da Direção Regional de Cultura do Norte.
O Ciclo de Visitas Orientadas integra a Operação Rota das Catedrais a Norte, que é cofinanciada pelo Programa Operacional Regional Norte 2020.
Intervenientes na visita orientada à Sé de Vila Real
■ Álvaro Rodrigues Pinto é licenciado em História e Mestre em História Medieval e do Renascimento pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde realizou o Curso de Formação Vocacional. Atualmente elabora a Tese de Doutoramento, na mesma Faculdade, sobre a população portuense nos séculos XV e XVI. Tem abordado, essencialmente, a História Urbana nos períodos medieval e moderno. Leciona História na Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco de Vila Real e Didática da História e Geografia de Portugal na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, nos cursos de mestrado e de licenciatura em Educação Básica. Participa regularmente em atividades de extensão à comunidade e de divulgação científica.
■ Isaque Ferreira, Bibliófilo e Leitor de poesia, é uma das vozes mais assíduas nas ”Quintas de Leitura” do Teatro do Campo Alegre, no Porto. Coordena diversas propostas em que a poesia assume papel cimeiro, destacando-se os ”Ciclos de Música e Poesia” da Fundação Cupertino de Miranda, a ”Oficina Locomovente da Poesia” para os Encontros Mário Cesariny, ambos em V.N. Famalicão, a ”Poesia na Relva”, no Festival de Paredes de Coura e “três vozes transeuntes nas ruas da poesia” para o Correntes d’ Escritas, na Póvoa de Varzim. Integra os coletivos poéticos ”Caixa Geral de Despojos” e ”Stand Up Poetry”. Responsável pelo Laboratório de Poesia “para que alguns a possam amar”. É programador do ”REALIZAR:poesia”, evento anual de atitudes poéticas, em Paredes de Coura. Curador das exposições “MIL ANOS ME SEPARAM DE AMANHÃ – viagem ao universo de Mário de Sá Carneiro no centenário da sua morte”, em Paredes de Coura, e “Reencontro com Vergílio Ferreira”, para a Feira do Livro do Porto. Participa nos filmes “Terceiro Pano” de João Filipe Jorge, “Dia de Visita” e a “A Bicicleta” de Luís Vieira Campos, “As Cartas do Rei Artur”, sobre Cruzeiro Seixas, de Cláudia Rita Oliveira e “Decrescente” de Saguenail. Jurado do Prémio Casino da Póvoa para o Correntes d’ Escritas de 2017.
■ Blandino, músico, compositor e sonoplasta, estudou guitarra clássica e canto lírico. Um autodidata, que estuda alguns cordofones portugueses, como o bandolim ou a viola braguesa. Pesquisou música tradicional portuguesa, tendo sido membro fundador e diretor musical do grupo de música tradicional portuguesa “Comvinha Tradicional”, que representou Portugal no Intercambio Europeu “EuroFolk” em 2000 e 2003. Membro fundador do projeto de poesia portuguesa musicada “Chamaste-m’ó?” do qual ainda faz parte, e membro fundador do projeto musical “Le Partisan”. Fez a sonoplastia de várias peças de Teatro encenadas por José Carretas, Rui Spranger, João Luiz, entre outros.