Os ninhos de vespas velutinas estão a aumentar em Portugal, uma proliferação que está a preocupar a comunidade científica, dado que as vespas velutinas colocam em causa a sobrevivência da apicultura e a própria vida humana.
Os cientistas procuram as melhores soluções capazes de travar a ameaça, um trabalho em que investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão envolvidos no âmbito do projeto “GoVespa”.
Os investigadores da UTAD estão a estudar a aplicação de novas tecnologias que permitam seguir o voo das vespas até ao ninho, para o monitorizar e avaliar a melhor forma de o destruir, assim como as dinâmicas das vespas na zona envolvente do ninho.
José Aranha, docente e investigador do departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da UTAD, esclareceu, citado em comunicado da UTAD, que é fundamental apanhar as vespas fundadoras, as ‘rainhas’, no início da Primavera, evitando que estas criem colónias e não se dispersem. Neste caso é fundamental a deteção precoce de ninhos e a procura de ninhos primários para tentar apanhar as vespas ‘rainhas’.
A deteção dos ninhos nem sempre é tarefa fácil, dado que “se alguns podem localizar-se em árvores baixas ou em telhados, sendo por isso facilmente visíveis, outros localizam-se em árvores altas, como por exemplo eucaliptos adultos, e neste caso é muito difícil ver os ninhos, não só pela distância ao solo como pelo facto desta espécie florestal apresentar folhas todo o ano”, esclareceu José Aranha.
Os investigadores do “GoVespa” propõem uma metodologia de atuação que assenta em seis ações ou fases:
1. captura de vespas vivas, sem as ferir;
2. colocação de um micro transmissor no dorso;
3. ligar um RADAR Marítimo e identificar o micro transmissor;
4. libertar as vespas e seguir o seu voo quer através do RADAR quer através de uma câmara instalada a bordo de um veículo aéreo não tripulado (VANT – Drone);
5. filmar e fotografar o ninho;
6. fazer voos nas imediações dos ninhos identificados e procurar novos ninhos.
Os dados recolhidos no processo são inseridos no Sistema de Informação Geográfica e o modelo de dispersão vai permitir concentrar esforços de localização de ninhos secundários e eleger áreas prioritárias onde colocar as armadilhas primárias.