O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), nos EUA, anunciou, em 17 de fevereiro, que a última vacina contra a gripe sazonal teve 48% de eficácia.
Os dados disponíveis indicam que as vendas mundiais de vacinas para adultos ultrapassaram 11,5 mil milhões de dólares em 2016, o que representa um crescimento de 6% em relação ao ano de 2015.
A empresa de investigação do mercado de saúde, a Kalorama Information, de Nova Iorque, EUA, indica que as vendas de vacinas vão continuar a crescer, independentemente das taxas de eficácia, dado que as ordens de aquisição são colocadas à indústria farmacêutica com bastante antecedência.
A Kalorama Information estuda o mercado de vacinas há mais de uma década, e em relação às vacinas em 2016 indica que atingiram uma taxa de eficácia de 48%, o que é muito superior à que foi atingida em 2014-2015, que foi apenas de 19%.
Para Bruce Carlson, da empresa Kalorama, uma taxa “perto dos 50% de eficácia é muito boa” porque está a acima das “probabilidades normais de se obterem várias estirpes da gripe” para prevenir episódios de gripe.
Para a empresa Kalorama as estatísticas de gripe e as estatísticas de eficácia das vacinas não alteram o comportamento geral do mercado, de ano para ano.
“O crescimento da receita subiu seis por cento, mesmo depois da baixa eficácia manifestada pela vacina em 2014-2015”, referiu Bruce Carlson. “As ordens foram colocadas, e há confiança suficiente na eficácia agregada ao longo de um grande conjunto de anos.”
Ao contrário de outras vacinas, cuja formulação permanece praticamente inalterada de ano para ano, as vacinas contra a gripe são projetadas para cada ano com base nos padrões esperados da gripe.
A nível global, todos os anos, são escolhidas três estirpes do vírus da gripe para a vacina, na esperança que sejam essas que cheguem com uma nova estação.
Em cada período sazonal os investigadores tentam determinar a eficácia das vacinas contra a gripe para avaliar e confirmar o valor da vacinação como intervenção de saúde pública.
Da seleção das estirpes vai resultar uma vacina que é incapaz de lidar com tendências atuais de infeção, tendo-se verificado que em 2008, por exemplo, as seleções das estirpes não corresponderam bem aos vírus circulantes, pelo que as vacinas, nesse ano, não ofereceram proteção suficiente de imunização a muitas pessoas.
Para melhorar a eficácia da vacina, a CDC e a Associação de Laboratórios de Saúde Pública (APHL), dos EUA, reviram as diretivas para que sejam submetidos para teste vírus de gripe ao CDC. As novas diretivas definem o número recomendado de vírus da gripe de cada tipo e subtipo a ser submetido ao CDC, por cada laboratório, e quando devem ser submetidos.
Estas novas ações podem produzir uma visão mais equilibrada e abrangente das propriedades antigênicas, genéticas e antivirais dos principais grupos de vírus da gripe em circulação e que devem ser incluídos na vacina.
Até agora os vírus submetidos ao CDC não eram totalmente representativos dos principais vírus da gripe circulante (H1N1, H3N2 e B), uma vez que os vírus predominantemente circulantes estavam sobre representados entre as amostras submetidas.