A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo (SPEDM) consideram que os adultos com Diabetes correm risco acrescido de contrair infeções graves e potencialmente fatais como a Sepsis, a Meningite ou a Pneumonia, e que por isso devem ser vacinados.
O Movimento Doentes Pela Vacinação – MOVA, lembrou que os números são claros: uma pessoa com Diabetes tem, no mínimo, duas vezes mais probabilidade de contrair Pneumonia. Um doente com Pneumonia que tenha Diabetes fica internado, em média, mais um dia do que um indivíduo que não sofra da doença. A mortalidade, nestes casos, também é superior.
A decisão da SPEDM baseou-se no risco acrescido que as pessoas com Diabetes apresentavam em contrair Pneumonia e outras formas graves de Doença Invasiva Pneumocócica, no elevado risco de mortalidade, nas potenciais sequelas e nos próprios custos dos tratamentos.
É conhecido que a Diabetes diminui as defesas do hospedeiro e que cria condições para a infeção por bactérias como o pneumococo. Um estudo a 4 anos (2009 a 2012) revelou que a prevalência da Diabetes nos doentes internados com Pneumonia, uma das formas mais graves e comuns da doença era, no mínimo, o dobro a duas vezes e meia, quando comparada com a população que não sofria da doença.
O mesmo estudo também revelou que pequenos aumentos da incidência de Diabetes estavam associados a um aumento mais significativo da prevalência da Pneumonia na população internada, e que um doente com Pneumonia que também sofresse de Diabetes ficava, em média, mais um dia internado do que um indivíduo sem a doença.
O estudo permitiu verificar que a mortalidade era superior nestes casos. De 13,5% registada nas pessoas sem Diabetes, passava para 15,2% nas que tinham ambas as morbilidades.
Ficou demonstrado que as pessoas com Diabetes morrem mais de Pneumonia e que, mesmo quando sobrevivem, o seu internamento é mais prolongado. Pelo que para a MOVA a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir esta e outras doenças graves.
“Existe uma norma da Direção-Geral da Saúde que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos (idades superiores a 18 anos) pertencentes aos grupos de risco”, lembrou Emiliana Querido, presidente da FPAD – Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes, uma das 15 associações que integram o MOVA.
Pelo que “é com enorme satisfação que assistimos ao reforço desta recomendação pela SPEDM a um grupo que nos é tão próximo. A prova de que vale a pena apostar na sensibilização e na divulgação de informação junto da comunidade, seja através da FPAD, ou do MOVA”, referiu Emiliana Querido.
Para Isabel Saraiva, presidente da Respira e fundadora do MOVA, “é fundamental sensibilizar as pessoas. Dotá-las de conhecimento. Sabemos que 9 em cada 10 adultos com mais de 50 anos não estão vacinados contra a Pneumonia, e que a maioria não o faz por falta de aconselhamento médico”, e por isso “trabalhamos, diariamente, para inverter esta tendência e contribuir para a melhoria da esperança e da qualidade de vida da população”.
“Tomadas de posição como esta da SPEDM são excelentes notícias, fundamentais para a redução da mortalidade por doenças preveníveis por vacinação”, concluiu Isabel Saraiva.