
É urgente a inclusão da vacina contra a Zona no Programa Nacional de Vacinação (PNV), defendem a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e a Sociedade Portuguesa de Pneumologia bem como seis associações de doentes, nomeadamente a PSO Portugal, Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas, Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas, Associação Portuguesa Contra a Leucemia, Grupo de Ativistas em Tratamentos e APIR – Associação Portuguesa de Insuficientes Renais.
As Sociedades Médicas e Associações de Doentes apelam, através de uma petição, à responsabilidade de proteger os portugueses, dado que a saúde não pode esperar e que há mais de um ano que a vacina contra a Zona aguarda a sua inclusão no PNV.
Os promotores da petição pedem que “os doentes não sejam deixados para trás, sobretudo tendo em conta a situação política atual. Esta vacina já foi incluída nos calendários vacinais de 13 países europeus, ao contrário de Portugal, que mantém esta prevenção como um privilégio de quem pode pagar, uma discriminação económica num país que tem como pilar a equidade no acesso à saúde. Atualmente sem qualquer comparticipação, a vacinação contra a Zona representa um encargo para o utente correspondente a cerca de 70% do indexante dos apoios sociais (IAS).”
Os peticionários indicam que “os números falam por si: em apenas um ano, entre julho de 2023 e junho de 2024, 62.985 adultos foram diagnosticados e necessitaram de cuidados de saúde na sequência de um episódio de Zona, o que acarreta um ónus não apenas físico, mas também económico para o Serviço Nacional de Saúde.”
As contas indicam que o custo anual estimado da doença chega aos 10,2 milhões de euros, o que inclui custos diretos de 7,2 milhões de euros anuais, em que 560.696 de euros são com internamentos, numa média de 13,7 dias por doente, e custos indiretos, com o absentismo laboral causado pela doença, que tem um impacto superior a 2,4 milhões de euros por ano.
As Sociedades Médicas e Associações de Doentes consideram ser urgente o investimento na prevenção, e esclarecem que se trata de “uma doença preocupante, que pode afetar 1 em cada 3 pessoas, causando dor intensa e podendo levar à perda de visão, dificuldades motoras e outros impactos graves na qualidade de vida. A vacina está comprovada cientificamente e a sua proteção é eficaz por mais de 11 anos.”
“Apesar dos vários pedidos de esclarecimento, Governo, Parlamento e Direção-Geral da Saúde permanecem em silêncio, enquanto os portugueses continuam vulneráveis e desprotegidos” revelam as Sociedades Médicas.
Assim, “é hora de transformar esta preocupação em ação e assinar a petição, juntando-se a uma causa urgente. Os doentes não podem ficar para trás. A saúde dos portugueses não pode ficar para trás”, afirmam as Sociedades Médicas em comunicado.