
Na Conferência de Segurança de Munique 2025, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, dirigindo-se aos participantes, com destaque para os líderes europeus e norte-americanos, referiu: “A nossa tarefa aqui em Munique não é apenas descrever este novo cenário geopolítico, mas moldá-lo. E moldá-lo de uma forma que garanta que os nossos valores transatlânticos perduram e os nossos interesses são defendidos.”
Para a Presidente da Comissão Europeia há uma clara tentativa de alguns em construir esferas de influência, e “visões conflituantes da ordem mundial estão a conduzir a uma abordagem mais transacional dos assuntos globais.”
Para que a Europa prospere “nesta nova realidade” a Presidente da Comissão Europeia referiu: “Temos de ser inteligentes e ter clareza sobre o que está à nossa frente”. E na frente, considera Ursula von der Leyen, está “uma Rússia desonesta”, “desafios à nossa soberania e segurança”, e também acrescentou: “Não devemos subestimar o potencial disruptivo de uma competição intensa – ou mesmo de um conflito bipolar entre a China e os EUA.”
“Sabemos que uma Europa mais forte é melhor para todos nós” e essa Europa mais forte pode trabalhar com os Estados Unidos para travar as ameaças, pelo que, referiu a Presidente da Comissão Europeia, “as guerras comerciais e as tarifas punitivas não fazem sentido.”
Sobre a Guerra na Ucrânia, Ursula von der Leyen, afirmou: “A Ucrânia precisa de paz através da força. A Europa quer a paz através da força. E como o Presidente Trump deixou claro: os Estados Unidos estão firmemente empenhados na paz através da força. Assim acredito que trabalhando juntos, podemos alcançar essa paz justa e duradoura.”
Ao falar sobre apoios financeiros e militares à Ucrânia, Ursula von der Leyen referiu que “o apoio total ascende a 134 mil milhões de euros”, que “inclui 52 mil milhões de dólares em assistência militar” que indica ser “equivalente à dos EUA”.
Mas também recorda que foram implementadas “sanções severas, enfraquecendo substancialmente a economia da Rússia”, e que foi quebrado “um tabu atrás do outro”, como a “dependência do gás russo” que, considera Ursula von der Leyen tornou a Europa mais resiliente, e de forma “permanentemente”. Agora, “estamos a trabalhar com a Ucrânia na sua adesão à UE. Porque a Ucrânia faz parte da nossa família europeia. E é aqui que está o futuro deles.”
No entender da Presidente da Comissão Europeia, “tanto a UE como os EUA querem o fim do derramamento de sangue. Queremos uma paz justa e duradoura, que conduza a uma Ucrânia soberana e próspera. E a Ucrânia deve receber garantias de segurança sólidas.” Por isso a a Europa não deve apenas falar “mas também agir em conformidade”, e “quando se trata de segurança europeia, a Europa tem de fazer mais. A Europa deve contribuir mais. E, para o conseguir, precisamos de um aumento das despesas com a defesa na Europa.”
Atualmente, a UE dos 27 estados-membros “gasta cerca de 2% do PIB em defesa”, sendo que os “gastos com a defesa aumentaram de pouco mais de 200 mil milhões de euros antes da guerra para mais de 320 mil milhões de euros no ano passado. Mas precisaremos de aumentar este número consideravelmente mais uma vez. Porque de pouco menos de 2% para mais de 3% significará centenas de milhares de milhões de investimentos a mais a cada ano. Por isso, precisamos de uma abordagem ousada.”
Para que os Estados-Membros possam aumentar substancialmente os investimentos públicos em defesa a Presidente da Comissão, referiu que vai “propor ativar a cláusula de salvaguarda para investimentos em defesa”, e assim, permitir aos Estados-Membros que aumentem “substancialmente as suas despesas com a defesa”, mas “para um pacote de defesa massivo, precisamos também de uma abordagem europeia na definição das nossas prioridades de investimento. Isto permitirá investimentos em projetos de defesa muito necessários e de interesse europeu comum”, e “em terceiro lugar, intensificaremos o nosso trabalho para acelerar o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia.”