A Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson, declarou em conferência de imprensa, sobre o Relatório do Estado do Estado de Energia 2024, que durante os últimos cinco anos foi estabelecido um quadro jurídico abrangente para impulsionar o sector energético a um futuro descarbonizado.
Kadri Simson referiu que foram reformados os mercados energéticos e estabelecidas “as estruturas mais avançadas do mundo para uma economia de hidrogénio e para reduzir as emissões de metano.”
E que “após dois anos recorde de instalações renováveis, no primeiro semestre de 2024, vento e solar, subiram a novos máximos, ultrapassando pela primeira vez os combustíveis fósseis na no mix de eletricidade.”
“Os investimentos verdes atingiram um nível recorde também graças aos Planos Nacionais de Recuperação e Resiliência. Em meados de junho deste ano, dos 240 mil milhões de euros desembolsados como parte dos Planos Nacionais de Recuperação e Resiliência, 184 mil milhões de euros foram alocados a reformas e investimentos relacionados com a energia” referiu a Comissária.
Para que se concretize um mercado europeu de energia “a integração de mercado e o desenvolvimento da rede e das infraestruturas também têm sido fundamentais para garantir a expansão das energias renováveis” e a Comissária referiu que foi feito “um rápido ajuste da infraestrutura de gás” para apoiar as mudanças que foram introduzidas pela recusa de importação gás da Rússia em consequência da guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
Kadri Simson esclareceu que a União Europeia importava 150 mil milhões de metros cúbicos de gás da Rússia, todos os anos, e que atualmente importa menos de 50 mil milhões de metros cúbicos. Assim, a dependência da Rússia desceu de 45% em 2021 para 15% em 2023.
Entretanto, esclareceu que atualmente, quando se aproxima o inverno, “o armazenamento de gás na UE atingiu a meta de 90% de preenchimento a 19 de agosto”, semanas antes do prazo estabelecido para 1 de novembro.
Ao mesmo tempo verificou-se que “os europeus também diminuíram o consumo de gás em 18% entre 2022 e 2024”.
Mas há alertas importantes a ter em conta para a competitividade da União Europeia no espaço Global, nomeadamente em relação à China e aos EUA, dado que “os preços da energia ainda se mantêm demasiado elevados”, tal como recorda o último relatório de Mario Draghi.
Mas se um opção seria aumentar ainda mais o ritmo de implantação de energias renováveis, no entanto, alerta a Comissária, “vemos os primeiros sinais em 2024 que o ritmo da implantação renovável não está a aumentar tão rapidamente como deveria. Precisamos de mais um forte impulso para chegar a 42,5%, conforme acordado, até 2030.”
Olhando para o relatório Mario Draghi, a Comissária, reforçou que “finalmente, precisamos de um maior impulso nas infraestruturas e no desenvolvimento da grelha, em particular para apoiar a eletrificação. Esta é uma área que necessita de um investimento adicional considerável”.