Heiko Maas, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, no final de um encontro com o homólogo português, Augusto Santos Silva, ontem, em Lisboa, referiu que na União Europeia não há consenso para haver novas sanções á Rússia.
O Ministro indicou que irá ser abordada uma eventual prorrogação das atuais sanções à Rússia, que se seguiram à anexação da Crimeia, que foi contrária à Lei Internacional, e acrescentou: “Nós consideramos acertada a prorrogação dessas sanções”.
Sobre a situação no Mar de Azov, (em que a Rússia apreendeu três navios ucranianos), Heiko Maas indicou que “ainda não está bem esclarecida”, mas é necessário garantir a “passagem pelo estreito de Kerch de forma durável” e que “existem prisioneiros que ainda não foram libertados e por isso é uma altura errada se falar de novas sansões, pois estão a ser desenvolvidos muitos esforços para reduzir a tensão.”
O ministro alemão lembrou que tinha reunido com os ministros de Negócios Estrangeiros da Rússia e da Ucrânia e que vão decorrer mais conversações em Berlim para reduzir a tensão, mas que “serão as duas partes envolvidas (Rússia e Ucrânia) que o têm de conseguir.
Há a necessidade de reduzir as tensões e favorecer as conversações, e por isso, da “Alemanha não haverá novas propostas no sentido de criar novas sansões contra a Rússia, mas o que vamos fazer é contribuir para reduzir a tensão desse conflito.”
Sobre o Nord Stream 2, Heiko Maas, esclareceu que é um projeto económico em que participam empresas alemãs, mas também outras empresas europeias. Neste projeto a Alemanha defende que haja também uma contrapartida para a Ucrânia, “e as autoridades russas já acordaram que pode haver também fornecimento de gás à Ucrânia”. Se a Alemanha vira-se as costas ao projeto “não seria o fim desse projeto pois a Rússia fá-lo-ia sozinha e nesse caso não haveria um ramal a passar pela Ucrânia.”
Heiko Maas lembrou ainda que nas conversas tidas com os homólogos da Rússia e da Ucrânia não tinham chegado a nenhuma conclusão e que os marinheiros ucranianos retidos pela Rússia têm de ser libertados e que deve haver um monitoramento para a abertura do estreito de Kerch. Neste processo “a Cruz Vermelha ou a OSCE podem ter um papel” a desempenhar, mas esta ideia “não foi bem vista pelo lado russo”. No entanto, “nós queremos continuar a apostar na redução da tensão e apelamos às duas partes para continuarem a envidar esforços nesse sentido.”