Um projeto europeu que tem como objetivo diminuir a quantidade de resíduos em aterro na região transfronteiriça do Norte de Portugal e da Galiza, recorrendo em alternativa à compostagem como instrumento de gestão, é liderado pela Universidade do Minho.
O projeto que conta com um financiamento superior a dois milhões de euros provenientes da União Europeia vai estudar a produção de um composto rico em substâncias húmicas pela compostagem e assim reaproveitar os resíduos nos setores da agricultura e da cosmética.
Os resíduos orgânicos produzidos na região transfronteiriça do Norte de Portugal e da Galiza serão caracterizados e o composto obtido avaliado e otimizado no que diz respeito ao seu teor em substâncias húmicas, que são formadas a partir da decomposição química e biológica de resíduos orgânicos, bem como quanto ao seu perfil químico e à sua atividade biológica.
Este tipo de resíduos distingue-se por ser ‘rico em ácidos húmicos’, o que aumenta a sua capacidade de retenção de água e ação fertilizante, tendo aplicação no tratamento de solos agrícolas, diminuindo a degradação destes, e na conceção de produtos cosméticos e nutracêuticos, ou seja, em suplemento nutricional com valor terapêutico.
Para Fernanda Proença, investigadora do Centro de Química da UMinho responsável pelo estudo, “esta aposta abre portas para o surgimento de novas áreas de negócio e emprego relacionadas com a conceção de artigos de elevado valor acrescentado e contribuindo para o desenvolvimento da economia verde neste espaço de cooperação”.
O projeto intitulado ‘Valorização de Resíduos Orgânicos: Produção de Substâncias Húmicas’, prevê até 2020 a elaboração de um inventário sobre a produção de resíduos no Norte de Portugal e na Galiza.
O projeto foi recentemente aprovado no âmbito do programa de cooperação Interreg V-A Espanha-Portugal, e envolve uma parceria entre o Centro para a Valorização de Resíduos da UMinho, a Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, a Braval – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, a Sociedade Galega do Meio Ambiente, da Universidade de Santiago de Compostela e o Centro de Valorización Ambiental del Norte.