Na visita a Portugal, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, reuniu, em Lisboa, com o homólogo português, João Gomes Cravinho. De acordo com os dois ministros a reunião permitiu abordar diversos aspetos que envolvem a atual situação de guerra na Ucrânia.
No final da reunião, em conferência de imprensa, no Palácio das Necessidades, Dmytro Kuleba começou por agradecer o apoio dado por Portugal aos refugiados ucranianos e agradecer ao Governo português as decisões tomadas a nível militar e político a várias iniciativas da Ucrânia, nomeadamente a do Tribunal Internacional para que a Rússia seja constituída arguida.
Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia referiu: “Discutimos o apoio militar, a assistência militar e toda a dinâmica da guerra”, e indicou que os países estão “alinhados em relação à Ucrânia restaurar a sua integridade territorial”.
Dmytro Kuleba divulgou que convidou Portugal a juntar-se à coligação de aviões de combate, começando pela formação dos pilotos ucranianos”. O Ministro indicou que tem vindo a insistir para que cheguem os aviões ocidentais (F16) à Ucrânia, e que está convencido que isso vai acontecer, e que agora é o momento para a formação dos pilotos.
Sobre adesão da Ucrânia à NATO o Ministro ucraniano referiu que verificou haver “um entendimento comum sobre este aspeto” e acrescentou: “Apreciei o apoio desenvolvido por Portugal junto da União Europeia” e “em particular à abertura das conversações de adesão, ainda este ano”.
Sobre a fórmula para a obtenção da paz “concordamos como coordenar os nossos esforços no sentido de envolvermos os países da América Latina, de África e da Ásia com a Ucrânia” referiu Dmytro Kuleba, e acrescentou que há dois princípios fundamentais exigidos pela Ucrânia: a integração integral do território ucraniano de acordo com a lei internacional ou seja “nenhuma mediação deverá implicar qualquer exigência do território da Ucrânia”, e o segundo princípio é que “nenhuma mediação poderá partir do pressuposto que teremos de congelar o conflito”.
João Gomes Cravinho, divulgou também que Portugal está a organizar uma conferência com a Ucrânia e com a Estónia, a ter lugar em julho, sobre o trabalho a desenvolver numa região na Ucrânia, ligado à reconstrução de escolas.
O Ministro João Cravinho indicou ainda que Portugal poderá auxiliar a “construir uma ponte para que a Ucrânia atinja outras partes do mundo”, dado que Portugal “possui relações muito estreitas e muito frequentes com partes do continente africano e da américa latina” e aí tentar explicar a situação da Ucrânia.