A Tuberculose continua a ser um importante problema de saúde pública a nível nacional e mundial, alerta a Comissão de Trabalho de Tuberculose da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a propósito do Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala, hoje, a 24 de março.
Filipa Viveiros e Inês Ladeira, da Comissão de Trabalho de Tuberculose da SPP indicam que apesar da baixa prevalência da doença no país, a mesma “continua a ser bastante alta nos centros de elevada concentração populacional, como Lisboa e Porto”.
Para as médicas pneumologistas, citadas pela SPP, “o esforço que tem existido ao nível da formação e capacitação de profissionais de saúde nesta área – levando a um maior grau de suspeita e identificação dos casos – a par da implementação de programas de rastreio em grupos de risco, da criação de protocolos e normas de atuação e, por fim, de campanhas de educação e informação da população, têm sensibilizado o público para a problemática da Tuberculose e ajudado a desmistificar a doença, resultando também num decréscimo na incidência”.
A infeção latente da tuberculose merece especial atenção nas populações vulneráveis, quando em contacto próximo de pessoas com tuberculose infeciosa, mas também os profissionais de saúde, os doentes infetados com VIH e doentes sob terapêutica biológica/imunossupressora, que beneficiam de tratamento preventivo pelo seu maior risco de evolução para doença ativa. “A infeção latente não é contagiosa, mas se não tratada poderá evoluir para doença e, sobretudo nos doentes imunocomprometidos, pode cursar com formas graves de Tuberculose”, esclarecem as especialistas.
Para a Comissão de Trabalho de Tuberculose a presença de infeção latente deve ser pesquisada após exclusão de doença, através de inquérito de sintomas e telerradiografia torácica, e através de testes imunológicos que, sendo positivos, sugerem exposição ao M. tuberculosis, e alerta para a necessidade de todos os profissionais de saúde estarem envolvidos na deteção de casos de Tuberculose. “A suspeição clinica continua a ser a chave para o diagnóstico da doença e o rastreio da infeção latente ganha cada vez mais relevância no controlo e eliminação da Tuberculose.”