O congresso bienal da International Association for the Study of Traditional Environments (IASTE), decorre no Convento São Francisco, em Coimbra, de 4 a 7 de outubro de 2018. A associação científica foi fundada na Universidade da Califórnia, Berkeley, em 1988, principal fórum global para investigadores interessados em arquitetura e urbanismo fora da Europa Ocidental e da América do Norte.
O congresso IASTE 2018, dedicado ao tema “The Politics of Tradition”, reúne investigadores oriundos de universidades de 40 países de todos os continentes, de entre os quais destacam-se as representações dos Estados Unidos com 73 congressistas, da China (incluindo Hong Kong e Macau) com 23, do Reino Unido com 15, do Brasil com 13, da Austrália com 12, sendo a representação de Portugal de 46 congressistas.
De entre os diversos participantes encontram-se o israelita Eyal Weizman, que utiliza a “arquitetura forense” para investigar violações de direitos humanos, Mabel Wilson, professora da Universidade de Columbia, cujo trabalho explora a relação entre racismo e arquitetura nos Estados Unidos, e Jyoti Hosagrahar, Diretora de Criatividade da UNESCO, que abordará os desafios da vivência do património urbano.
Do programa destacamos também uma mesa-redonda, dedicada ao tema “Are We Ready for the Global Yet?”, no final da tarde de 6 de outubro, com os investigadores Mark Jarzombek, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e Vikram Pakrash, da Universidade de Washington.
Durante os 4 dias do congresso decorrem 44 sessões paralelas com mais de 220 comunicações, além das sessões plenárias. O congresso encerra fazendo um balanço do 30º aniversário da IASTE. Neste fecho de congresso participa Jorge Figueira, diretor local do congresso e professor da Universidade de Coimbra (UC), e Tiago Castela coordenador local do congresso e investigador do Centro de Estudos Sociais da UC.
Para Jorge Figueira e Tiago Castela, o IASTE 2018 representa “um novo marco na participação da academia portuguesa no debate internacional sobre a arquitetura e a cidade, num novo eixo geopolítico dada a predominância da investigação realizada em regiões de crescente influência como o Médio Oriente e a Ásia, e também o enfoque nos espaços criados por não profissionais onde habita a maioria da população mundial.”
Os responsáveis pelo congresso, em Portugal, citados pela UC, indicaram ainda que “num tempo de conflitos, muitas vezes sangrentos, onde o significado e as práticas da participação política tem ganho crescente relevância, o congresso irá refletir sobre o modo como a arquitetura e o urbanismo são reflexo e produzem uma diversidade de posições políticas, frequentemente utilizando imaginários da tradição.”
O congresso tem a organizado conjunta do Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia e do Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra.