Trabalhadores consideram que trabalho remoto aumenta produtividade revela estudo da Michael Page

Trabalhadores consideram que trabalho remoto aumenta produtividade revela estudo da Michael Page
Trabalhadores consideram que trabalho remoto aumenta produtividade revela estudo da Michael Page. Foto: Rosa Pinto

Um estudo recente da Consultora Michael Page, especialista em recrutamento, revela que nas empresas 71% dos colaboradores acreditam que trabalhar mais dias a partir de casa é uma solução eficaz para melhorar a produtividade, enquanto 45% dos gestores discordam.

O estudo teve a participação de 463 profissionais em Portugal e foi realizado em 2024, mostrou que os gestores têm uma visão mais conservadora sobre o impacto do trabalho remoto na produtividade da empresa e na colaboração e dinâmica das equipas da empresa.

Os resultados mostram que cerca de 85% dos profissionais reconhecem que o trabalho remoto tem um efeito positivo na produtividade, e 77% afirmam que isso contribui para a sua saúde mental. Quando questionados sobre a colaboração e o trabalho em equipa, menos de metade admitiu não ter qualquer efeito negativo, e apenas 18% considera que o trabalho remoto prejudica essa colaboração.

A consultora indica que além da preferência pelo trabalho remoto, os dados mostram que este modelo tem um impacto positivo no desempenho e gestão do trabalho, indicado por 83,6%, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, indicado por 90,1% e desenvolvimento profissional, indicado por 64%. A tendência é especialmente acentuada entre os profissionais mais jovens, com 95,5% com menos de 30 anos, a afirmar que o trabalho remoto melhora a sua produtividade, além de favorecer o envolvimento com a empresa e a colaboração e trabalho em equipa, indicaram 54%.

O estudo da Michael Page também indica revelar fatores importantes sobre a preferência dos colaboradores pelo trabalho remoto. Por exemplo, 98% dos candidatos em Portugal afirmam que conseguem concentrar-se melhor em casa, enquanto 88% mencionam uma gestão de tempo mais eficiente. Além disso, 68% sentem-se menos distraídos por conversas informais que são comuns no ambiente presencial.

Quando questionados sobre o que impulsiona a produtividade, mais de 77% dos profissionais desejam ter objetivos e expetativas claramente definidos, enquanto 62% apontam a necessidade de uma remuneração justa.

Para os profissionais com funções de gestão, o trabalho remoto é visto como um obstáculo em alguns aspetos. Enquanto 24% dos gestores acredita que o trabalho remoto prejudica a colaboração, 52% dos profissionais que não ocupam cargos de gestão acreditam que esse modelo de trabalho melhora a cooperação.

Em relação às relações interpessoais, a Michael Page refere que apenas 35% dos gestores considera que o trabalho remoto melhora a relação com os colaboradores, em contraste com 55% dos colaboradores que têm uma percepção diferente. Cerca de um terço dos gestores vê o trabalho remoto como prejudicial para o relacionamento da equipa, enquanto apenas 19% dos profissionais sem funções de gestão partilham dessa opinião.

Os resultados do estudo sugerem que os gestores veem habitualmente o trabalho remoto como um benefício para os colaboradores, mas como algo prejudicial para as equipas e para a produtividade da organização. Essa discrepância reflete não apenas uma divergência de expectativas, mas também uma questão de percepção mais profunda. Poderá estar relacionado com o facto de muitos gestores abordarem fatores como o bem-estar, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e saúde mental de uma forma separada da produtividade da organização. O trabalho remoto veio para ficar e o desafio atual passa por adaptar competências para apoiar e melhorar a produtividade das pessoas integradas em equipas remotas”, afirmou Pedro Borges Caroço, Head Page Executive Portugal e Director na Michael Page, citado em nota de imprensa da consultora.