A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) atribuiu o Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção a Tiago Adrega, do Centro Hospitalar do Baixo Vouga / Hospital Infante D. Pedro, e a Gustavo Sá Mendes, do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE / Hospital de Santa Cruz. Os premiados vão receber uma bolsa formativa para participação no EUROPCR 2020.
Tiago Adrega foi distinguido na categoria Complicações em Intervenção Coronária, pelo trabalho “Quando o radialista dá o braço a torcer”. Tiago Adrega explicou: “A via radial constitui o paradigma atual de acesso arterial para o território coronário e, não obstante o seu melhor perfil de segurança, não é isento de potenciais complicações. ‘Quando o radialista dá o braço a torcer’ relata o caso clínico do aparecimento, e subsequente resolução, de uma complicação hemorrágica rara, mas grave, que pode decorrer com o acesso radial”.
Tiago Adrega acrescentou: “Este trabalho enfatiza como principais mensagens: a importância de navegar cuidadosamente no território arterial; o papel da elevada suspeição clínica, dentro e fora do laboratório de intervenção vascular, para a identificação e correção de potenciais complicações; e o valor do cardiologista de intervenção em dispor de um armamentário terapêutico diversificado para a resolução dos cenários desafiantes com que se depara.”
O trabalho “Quando o radialista dá o braço a torcer” foi apresentado por Raquel Santos, do Centro Hospitalar do Porto, durante a Reunião Anual APIC 2019, uma vez que o autor não teve possibilidade de estar presente.
Gustavo Sá Mendes foi premiado na categoria Complicações em Intervenção Estrutural, pela submissão do trabalho “Percutaneous closure of left atrium iatrogenic puncture”. Gustavo Sá Mendes explicou: “Este trabalho retrata o primeiro caso de encerramento percutâneo, descrito na literatura, de uma estrutura cardíaca esquerda – aurícula esquerda (sujeita a pressões elevadas) numa doente com risco cirúrgico proibitivo, pelas comorbilidades associadas. Este tratamento demonstrou ser efetivo, seguro e, portanto, uma alternativa a ter em conta face à resolução cirúrgica de perfurações cardíacas, que tem um elevado risco de mortalidade associado”.
A APIC atribui o Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção aos melhores trabalhos apresentados na sua Reunião Anual, que este ano se realizou de 7 a 9 de novembro, no Centro de Conferências de Troia. Concorreram ao Prémio 33 trabalhos de internos de Cardiologia e jovens cardiologistas, de todas as regiões do país.
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular.