Quem deve fazer o teste para o novo coronavírus que causa a COVID-19? E o que os diferentes tipos de testes realmente medem? Jeffrey Bender, especialista em doenças infeciosas pediátricas no Children’s Hospital Los Angeles, EUA, dá as mais recentes informações e explica o que os pais precisam saber.
Teste COVID-19 autorizado
Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA) emitiu uma autorização de uso emergencial para um teste aprovado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Trata-se de um o teste para determinar se um indivíduo tem o novo coronavírus. Os testes usados em Portugal têm também a aprovação das autoridades de saúde.
A amostra é feita com uma zaragatoa que recolhe material das profundezas da passagem nasal – onde o nariz se conecta à garganta. O laboratório examina a amostra procurando material genético que corresponda ao coronavírus (PCR).
Testes enviados pelo correio para fazer em casa
Os testes que são indicam para serem feitos em casa não estão aprovados pela FDA. Um cotonete é usado para recolher uma amostra de dentro da boca (ao longo da bochecha).
As famílias que pagam por estes testes podem não estar a obter informações significativas para a saúde dos filhos. “Não há dados que garantam que esses testes são precisos”, indicou o infeciologista. Se usar este teste pode ser uma perda de dinheiro. “A única vez que uma criança precisa de um teste é se tiver sintomas. Nesse caso, a criança deve fazer o teste indicado pelas autoridades de saúde.
Testes rápidos de antígeno
O teste rápido de antígeno funciona como um teste rápido para o vírus da gripe. A zaragatoa recolhe uma amostra da frente da passagem nasal ou da garganta, onde pode haver proteínas virais, e fornece resultados em minutos.
O infeciologista referiu que “um problema destes testes rápidos da gripe é que são difíceis de interpretar”, e observou que “um teste rápido do COVID-19 tem o mesmo problema” e acrescentou que no Hospital não são usados testes rápidos de antígeno.”
Teste de anticorpos
O teste de anticorpos testa o sangue para verificar se a pessoa já teve o vírus, mas não é possível saber se um paciente está com o vírus no momento. Estes testes, que estão apenas a começar a tornar-se disponíveis, procuram anticorpos contra o vírus – proteínas especiais que o corpo produz para combater uma infeção.
“Esses testes são úteis para testar os profissionais de saúde e apoiar os esforços de saúde pública”, referiu o infeciologista americano.
Na grande maioria dos casos, as crianças não precisam ser de realizar o teste. As crianças com COVID-19 geralmente apresentam apenas sintomas leves de constipação, em vez de sintomas mais graves como os observados em adultos. Um benefício do teste é informar a criança e os pais da infeção, o que pode ajudar a impedir uma maior transmissão.
Se a criança ficar com sintomas de gripe, os adultos que habitam com a criança devem tomar um cuidado extra para não terem gripe, lavar frequentemente as mãos e desinfetar as superfícies.
Se a criança apresentar sintomas mais graves, como febre alta persistente, dificuldade para respirar e não comer ou beber como é costume – deve ser contactado o pediatra. “Eu encorajaria os pais a procurar primeiro o pediatra”, referiu o infeciologista. “Mas se for grave e a criança estiver a piorar, será necessário ir usar o serviço de emergência”.
Os pais e responsáveis pelas crianças devem ouvir as autoridades locais de saúde sobre distanciamento social e as ordens de permanecer em casa. Devem continuar a lavar as mãos com frequência – e ensinar os filhos a lavar as mãos e a cobrir a face quando tosse ou espirra.
“Essas medidas simples ajudarão as crianças não apenas agora, mas também em futuros períodos sazonais de gripe”, referiu Jeffrey Bender. “As crianças estão a aprender lições de vida que os protegerão durante toda a vida”.