Atualmente a cloroquina ou a hidroxicloroquina são recomendadas para o tratamento de pacientes com COVID-19 que se encontram hospitalizados em vários países. Tanto a cloroquina com a hidroxicloroquina têm perfis de segurança conhecidos, mas tem sido relatada como bem tolerada em pacientes com a COVID-19, indica o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), dos EUA.
Um pequeno estudo mostrou que a hidroxicloroquina isolada ou em combinação com azitromicina reduz a deteção do RNA da SARS-CoV-2 no trato respiratório superior mas não avaliou o benefício clínico. No entanto, recomenda cautela no uso de hidroxicloroquina e a azitromicina “em pacientes com condições médicas crónicas (por exemplo, insuficiência renal, doença hepática) ou que estejam a receber medicamentos que ao interagirem possam causar arritmias”.
Atualmente, a hidroxicloroquina está sob investigação em ensaios clínicos para profilaxia pré-exposição ou pós-exposição à infeção por SARS-CoV-2 e tratamento de pacientes com COVID-19 leve, moderada e grave. Nos Estados Unidos estão a decorrer “vários ensaios clínicos de hidroxicloroquina para profilaxia ou tratamento da infeção por SARS-CoV-2”.
O CDC indica que “atualmente, não existem dados disponíveis de ensaios clínicos randomizados (ECR) para informar orientações clínicas sobre o uso, dosagem ou duração da hidroxicloroquina para profilaxia ou tratamento da infeção por SARS-CoV-2. Embora a dosagem e a duração ideais da hidroxicloroquina para o tratamento do COVID-19 sejam desconhecidas”
Um estudo de investigação chinês mostrou que a Cloroquina e hidroxicloroquina é uma das armas disponíveis para combater a COVID-19.
Não existe tratamento para combater a COVID-19 e por isso os médicos necessitam com urgência de antivirais para fazer frente à pandemia. Uma resposta veio China com a publicação de resultados que mostraram a atividade in vitro da cloroquina contra o coronavírus SARS-CoV-2.
Os médicos chineses relataram a eficácia do medicamento em pacientes com pneumonia relacionada ao SARS-CoV-2, a COVID -19, em diferentes níveis de gravidade. Depois dos resultados in vitro, foram lançados 20 estudos clínicos em vários hospitais chineses.
Os primeiros resultados obtidos em mais de 100 pacientes mostraram a superioridade da cloroquina em comparação com o tratamento do grupo de controlo em termos de redução da exacerbação da pneumonia, duração dos sintomas e atraso da depuração viral, tudo na ausência de efeitos colaterais graves.
Em face dos resultados positivos da cloroquina a China a incluir o fármaco nas recomendações relativas à prevenção e tratamento da pneumonia por COVID-19 .
Os autores do estudo de investigação indicam existir uma forte racionalidade para o uso da cloroquina no tratamento de infeções por microrganismos intracelulares. A malária tem vindo a ser tratada há várias décadas com esta molécula. Os cientistas chineses têm vindo a utilizar a hidroxicloroquina no tratamento várias doenças que envolvem patógenos intracelulares.
Os cientistas indicam que vários estudos demonstraram a eficácia da molécula, inclusive contra os coronavírus, entre os quais o coronavírus associado à síndrome respiratória aguda grave (SARS). Eles mostraram que “a cloroquina pode reduzir o tempo de internamento e melhorar a evolução da pneumonia por COVID-19”, e recomendaram “a administração de 500 mg de cloroquina duas vezes ao dia em pacientes com formas leves, moderadas e graves de pneumonia por COVID-19”.
No entanto, os cientistas consideram que “a dosagem ideal para SARS-CoV-2 precisa de ser avaliada nos próximos dias”. Para os cientistas, “a atividade da hidroxicloroquina nos vírus é provavelmente a mesma da cloroquina, uma vez que o mecanismo de ação dessas duas moléculas é idêntico”, e por isso costumam “prescrever por longos períodos a hidroxicloroquina, que seria, portanto, a nossa primeira escolha no tratamento de SARS-CoV-2”, sendo que para “um tratamento ideal, pode ser necessário administrar uma dose de ação seguida por uma dose de manutenção”.