A biodiversidade na atual alimentação é muito limitada. Um sistema alimentar que depende de um conjunto genético limitado de culturas, o que levanta preocupações significativas sobre a sustentabilidade agrícola e a segurança alimentar.
Dado que apenas uma pequena fração da biodiversidade mundial de vegetais é cultivada, torna essas culturas vulneráveis a doenças e em perigo pelas mudanças ambientais.
A falta de diversidade genética coloca cada vez mais a necessidade de diversificar as fontes de alimentos para garantir a defesa da segurança alimentar e haver proteção contra desafios futuros.
A investigação pode responder a algumas das preocupações explorando como as biotecnologias avançadas podem aumentar a diversidade genética e a resiliência das culturas de solanáceas, que são as principais contribuintes para os sistemas alimentares globais.
Uma equipa de investigadores da Universidade da Flórida, em parceria com especialistas do Conselho Superior de Investigações Científicas, Universitat Politècnica de València, em Espanha, publicou um estudo na revista Horticulture Research, que mostra as conclusões do trabalho feito com as culturas de solanáceas.
A investigação concentrou-se na aplicação de conhecimento profundo da domesticação de solanáceas, combinado com biotecnologias baseadas em vírus, para melhorar o desempenho e a diversidade das culturas de solanáceas, que incluem alimentos básicos globais essenciais como batatas, tomates, beringelas e pimentões.
No estudo é enfatizado o potencial das Tecnologias de Vírus Recombinantes para modificação genética precisa das culturas de solanáceas, com o objetivo melhorar as variedades amplamente cultivadas, mas também espécies subutilizadas dentro da família Solanaceae.
O estudo destaca o poder transformador das Tecnologias de Vírus Recombinantes no melhoramento de culturas de solanáceas. Ao usar vírus projetados, os cientistas podem induzir mudanças transitórias e hereditárias em características de plantas, como resistência a doenças, melhoria nutricional e adaptabilidade ambiental.
O estudo ressalta a importância dos Tecnologias de Vírus Recombinantes para a genómica funcional e a reprogramação de características de plantas, indo além de aplicações teóricas em plantas modelo para melhorias de culturas no mundo real. Notavelmente, o estudo explora avanços na genética reversa de vírus de RNA de fita negativa, resultando em vetores virais capazes de fornecer componentes CRISPR-Cas em células vegetais — abrindo novos caminhos para modificações genéticas precisas e herdáveis que podem transformar o processo de desenvolvimento de culturas.
“Nossa pesquisa ilustra o potencial notável de combinar profunda experiência taxonómica com biotecnologia de ponta. Ao focar na família de solanáceas, podemos melhorar não apenas culturas amplamente reconhecidas, mas também trazer espécies subutilizadas para o mainstream agrícola, melhorando a segurança alimentar e enriquecendo a diversidade nutricional em todo o mundo”, comentou Fabio Pasin, principal autor do estudo.
As aplicações potenciais do estudo são consideradas pelos investigadores como vastas, ao oferecerem a possibilidade de desenvolver rapidamente variedades de culturas que sejam mais resilientes a doenças, mais adequadas aos ambientes locais e com maior valor nutricional.
As inovações possíveis a partir do estudo podem levar a práticas agrícolas mais sustentáveis, reduzindo as procuras de mão-de-obra e aumento da resiliência do sistema alimentar. Em última análise, a investigação promete contribuir para fontes de alimentos mais sustentáveis, diversas e seguras, beneficiando tanto a segurança alimentar global como a nutrição local.