O espetáculo “Porque é Infinito”, com estreia na próxima quarta-feira, dia 1 de dezembro, no Teatro São João, Porto, vai estar em cena até 4 de dezembro. O coreografo Victor Hugo Pontes afirma, no programa, que nada sabe sobre o amor. Mas desafiado por Nuno Cardoso, diretor artístico do São João, decidiu embrenhar-se na mais conhecida tragédia amorosa de sempre: Romeu e Julieta, de William Shakespeake.
O coreógrafo reescrever o clássico, dando-lhe outro nome. Porque é Infinito. Nesta missão Victor Hugo Pontes apoiado por Joana Craveiro transformou o clássico de Shakespeare em algo “seu”, adaptando-o à linguagem dos dias de hoje. Estando responsável pelo texto do espetáculo, a atriz e dramaturga, Joana Craveiro, participou nas várias conversas que foram tidas com os intérpretes de “Porque é Infinito” com o intuito de recolher testemunhos sobre o que é afinal o amor. É assim que nasce o “manual de instruções” que é apresentado no espetáculo e vai servir de guia para se enfrentar situações adversas quando se ama alguém.
“Já te aconteceu?”
A pergunta vai surgindo ao longo do espetáculo, a cada passo que é dado para que as personagens “confiram” as diferentes emoções que estão a viver. Mas há mais questões que importam levantar: “como é que tudo aconteceu?”, “como é que deixaram que acontecesse”, “mas era preciso tudo isto?”. “Porque é Infinito” relembra o público que apesar de todos saberem o final trágico do amor infinito entre Romeu e Julieta, poucos sabem na verdade como tudo começou. Poucos saberão até que Romeu estava perdidamente apaixonado por uma outra jovem antes de ter visto Julieta.
É precisamente com base nessas paixões e amores intensos, repentinos e violentos, que o elenco integra intérpretes com idades próximas das personagens criadas por Shakespeare. Ivo Santos, Inês Azedo, Benedito José, Luísa Guerra, José Ferreira, Santiago Mateus, Sofia Montenegro e Rui Pedro Silva são os elementos mais jovens, com idades entre os 15 e os 20 anos. A eles juntam-se os “veteranos” Pedro Frias, Vera Santos e António Júlio para interpretarem os papéis dos adultos – os pais de Julieta e Frei Lourenço.
Às palavras de Joana Craveiro une-se a linguagem corporal da dança. O ritmo das músicas e as coreografias singulares de Victor Hugo Pontes vão guiar o público, em cerca de uma hora e meia, por uma história que levaria provavelmente o dobro para ser contada. “Porque é Infinito” pode ser visto de quarta-feira a sábado, às 19h00. A récita de sexta-feira, dia 3 de dezembro, conta com tradução simultânea em Língua Gestual Portuguesa, assim como uma conversa pós-espetáculo com o dramaturgo, encenador, ensaísta e professor Luís Mestre. A atividade tem como objetivo criar pontes com o que o público vê em palco, “quebrando o gelo” e “fomentando a informalidade”. O preço dos bilhetes varia entre os 7,50 e os 16 euros.