Estudos indicam que 10% das pessoas com tatuagens experimentam uma situação de saúde, como dor ou infeção. A primeira decisão do tatuado é procurar ajuda junto do tatuador. Uma complicação de saúde deve conduzir a pessoa a uma consulta a um médico dermatologista, para o diagnóstico e tratamento adequados dos problemas de pele.
Eventuais complicações da tatuagem
Algumas das complicações comuns da tatuagem incluem infeções, reações alérgicas e agravamento de uma condição de pele existente, como psoríase ou eczema, referiu Marie Leger, médica dermatologista, e acrescentou que “a sarcoidose, uma doença autoimune pode também afetar a pele e outros órgãos, sendo que pode aparecer pela primeira vez com inchaços no local da tatuagem”.
As infeções são mais comuns nos primeiros dois dias ou semanas após ter feito a tatuagem, referiu Marie Leger, e podem também causar vermelhidão e dor ao redor do local da tatuagem (não apenas na tinta), drenagem, crostas e pus, neste caso de sintomas após a tatuagem, deve “procurar um médico imediatamente, porque as infeções podem ser muito graves”, indicou Marie Leger.
As alergias e sarcoidose podem surgir mais tarde, mesmo meses a anos após ter realizado a tatuagem, referiu a diz a dermatologista. Os sinais destas doenças podem incluir comichão, inchaços, descamação, inchaço periódico ou aumento da tatuagem.
Consultar um dermatologista e informar o tatuador
Dermatologistas e tatuadores têm diferentes áreas de competências, referiu Marie Leger, acrescentou: “Os artistas podem avaliar problemas cosméticos, como a tinta que migra da área tatuada para a área circundante”, mas os dermatologistas podem tratar infeções ou reações crónicas que surjam mais tarde”.
A especialista indicou que as pessoas que experimentam complicações devem consultar um dermatologista e relatar o assunto ao tatuador. “É importante que os tatuadores saibam se os tatuados estão a sofrer de complicações, para que possam fazer parte da avaliação do que está a acontecer”.
Origens das complicações em tatuagem
A médica Marie Leger esclareceu que as infeções por tatuagens podem vir de tinta contaminada, equipamentos não esterilizados ou cuidados inadequados após a aplicação da tatuagem. Em 2012, por exemplo, houve um surto de infeções por tatuagem, em Nova Iorque, motivado por uma bactéria rara existente numa tinta.
Os recipientes de tinta abertos podem ter mais bactérias causadoras de infeção do que as novas garrafas, e é possível que a tinta seja contaminada quando os tatuadores misturam cores ou diluem com água não esterilizada, incluindo a água destilada. A médica recomenda que as pessoas devem escolher um tatuador habilitado e conhecedor dos vários aspetos ligados aos cuidados a ter com a saúde dos tatuados.
A dermatologista recomendou também que as pessoas candidatas a tatuagem com condições crónicas da pele ou uma história de cancro da pele consultem um médico antes de fazer uma tatuagem. As pessoas com psoríase devem saber que podem desenvolver uma complicação da doença com a tatuagem, e as pessoas com verrugas devem evitar tatuar sobre elas. “Não há dados sólidos que mostrem que as tatuagens aumentam o risco de cancro da pele”, no entanto, “podem dificultar a sua deteção”.
Cerca de 40% das pessoas que nasceram depois de 1980 têm tatuagens, referiu a médica, por isso é importante que os dermatologistas estejam conhecedores de possíveis problemas que venham das tatuagens e que os tatuadores estejam também conhecedores de possíveis problemas de pele, e por isso mais informação e formação é fundamental.