Numa consulta médica são frequentes as perguntas aos pacientes sobre hábitos de tabagismo, da mesma forma que é conferido o peso, a pressão arterial, a respiração e batimento cardíaco.
As respostas sobre hábitos de tabagismo, bem como os resultados das outras observações fornecem informações que permitem visualizar pistas sobre a saúde em geral bem como sobre fatores de risco. Com base na informação os médicos podem orientar o tratamento tendo em conta as condições de saúde existentes.
Jonathan Foulds, professor de ciências da saúde pública e psiquiatria na Penn State College of Medicine, referiu: “Os médicos existem para melhorar a saúde dos pacientes, mas o tabagismo é provavelmente a coisa mais nociva que a pessoa pode fazer para a saúde”, e “é difícil encontrar uma parte do corpo que não seja afetada pelo tabaco”.
Mas embora a maioria dos pacientes saiba que o tabagismo causa problemas respiratórios e cancro do pulmão, podem não estar conscientes da magnitude do risco ou de outros problemas de saúde que o tabaco pode causar.
“A pessoa que fuma um maço de tabaco por dia ou mais, o risco de contrair cancro do pulmão não é apenas um e meio ou o dobro de um não-fumador” mas “é 20 vezes mais”, explicou Jonathan Foulds.
Alexis Reedy-Cooper, médica de medicina familiar no Centro Médico da Penn State Health, Milton S. Hershey, referiu que os fumadores não ligam o tabagismo a problemas cardiovasculares como ataques cardíacos e AVC, ou a outras doenças como diabetes tipo II e cancro.
Para a médica Alexis Reedy-Cooper a pessoa que fuma deve “informar o dentista, porque esse profissional pode avaliar a existência ou não de cancro da língua, da cabeça ou do pescoço“, pois “os dentistas são frequentemente os primeiros a detetar estas doenças”.
É conhecido que o fumo do tabaco é perigoso para as pessoas que se encontram junto de fumadores. As crianças que vivem em casa com um fumador têm um risco aumentado de desenvolver asma, infeções no ouvido e infeções pulmonares. As mulheres grávidas que fumam colocam o feto em risco de ter complicações e aumentam a probabilidade de parto prematuro.
Jonathan Foulds referiu que parar de fumar reduz os riscos de um ataque cardíaco mais do que reduzir o colesterol alto ou a pressão arterial. Os pacientes devem esperar que o médico avalie a situação de tabagismo e os aconselhe sobre medicamentos para cessação tabágica, tal como prescreveram medicamentos para hipertensão ou hipercolesterolemia.
Para o especialista em saúde pública o tabagismo “é um vício difícil de abandonar, mas os pacientes têm uma atitude mais ativa no abandono do tabaco quando o médico intervém e se oferece para ajudar a resolver o problema.”
“Não se trata de saber se devem abandonar o tabaco – é fundamental que parem de fumar”, referiu o especialista. “Fumar é um fator de risco para tantas doenças e outras condições que não faz sentido esperar”.
Alexis Reedy-Cooper referiu que novas diretivas também recomendam que os fumadores sejam submetidos mais frequentemente a exames de cancro do pulmão e por isso é importante que os pacientes sejam honestos sobre quanto e com que frequência fumam.
A médica concluiu que os profissionais de saúde pretendem ajudar os fumadores e não julga-los – os médicos “só querem ajudar.”