A viatura que conduzo diariamente é de outro segmento e com uma dimensão bem superior, o que por vezes na cidade não é uma vantagem mas um inconveniente e normalmente nos ensaios com viaturas de menor dimensão, a primeira sensação que nos aflora a mente é se vamos viajar acanhados, mas rapidamente percebemos que a industria automóvel mudou muito, e hoje tecnicamente é possível minimizar todas essas situações, fruto da engenharia automóvel. Mesmo assim, existem sempre ensaios – e este não é a primeiro nem será o último – que somos surpreendidos. O IGNIS da Suzuki é um daqueles modelos cativantes que nos seduzem assim que olhamos para ele. Os “olhos” (óticas) denotam alegria, jovialidade e irreverência. A isso, a marca adicionou uma conjugação de cores que traduzem ainda mais essa equação. O mini SUV citadino possui as dimensões corretas para a cidade, com uma altura sobrelevada e soluções bem conseguidas.
Interiormente a marca volta a surpreender – e o pincel que desenhou o exterior prosseguiu no interior. Encontramos muito espaço interior; bancos envolventes e confortáveis (como o seu irmão Swift), um painel de instrumentos que, de tão completo mais parece estar no segmento superior. Ok, este modelo ensaiado é a versão de topo de gama com um preço de 17.300 euros e que, fruto da campanha promocional o preço ronda os 14.000 euros com a incorporação dos sensores de saída involuntária de faixa de rodagem, câmara traseira estacionamento, volante em pele, sistema de navegação, cruise control, Bluetooth, luzes em LED (sim, mesmo os médios), indicador de alteração de mudança de direção (5MT/AGS), computador de bordo, indicação de pressão dos pneus, sistema Auto Start Stop, sistema SHVS (Smart Hybrid Vehicle by Suzuki) entre outros sistemas e que, por estarem bem integrados no painel de instrumentos mas sobretudo pela sua fiabilidade em ambiente real, tornam este pequeno IGNIS um caso sério de competência citadina ainda desconhecido para muitos consumidores.
Os sistemas de prevenção de acidentes avisam-nos com uma luz vermelha ou laranja e um sinal sonoro que nos despertam e alertam para as várias situações.
Em termos de espaço interior, mesmo nos lugares traseiros foram encontradas soluções arrojadas que produzem bom espaço interior para três ocupantes e uma bagageira muito interessante em termos de dimensão.
O motor 1.2 de 90Cv com o sistema hibrido e o baixo peso do conjunto, permitem uma vivacidade tanto em cidade como em estrada, muito interessantes, com uma disponibilidade do motor sempre presente e com consumos muito moderados – 5.2L. O comportamento do IGNIS com umas belas jantes negras e pneus estreitos consegue ser muito seguro e previsível, mesmo quando provocado, onde o chassis “avisa antecipadamente” a reação. O conforto encontra-se num bom patamar, tal como já tínhamos ensaiado no SWIFT, a absorver bem as irregularidades do piso.
Em resumo, o IGNIS revelou-se uma boa surpresa, um automóvel bem desenhado, um nível de construção idêntico ao do segmento onde se insere, com muitas soluções de design e de engenharia que, quando bem conhecido do público o pode catapultar para vendas mais expressivas.
Autor: Jorge Farromba
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