A variante Ómicron do SARS-CoV-2 continua a infetar pessoas em todo o mundo a uma velocidade nunca antes vista e investigadores da Universidade de Missouri – Columbia, EUA, já identificaram as mutações altamente prevalentes e específicas que estão causar essa alta taxa de infeção.
As descobertas dos investigadores ajudam a explicar como a nova variante pode escapar aos anticorpos pré-existentes presentes no corpo humano, seja por vacinação ou naturalmente por uma infeção recente pela COVID-19.
“Sabemos que os vírus evoluem com o tempo e adquirem mutações, então, quando ouvimos falar pela primeira vez da nova variante Ómicron, queríamos identificar as mutações específicas dessa variante”, disse Kamlendra Singh, investigador do Bond Life Sciences Center.
A equipa de investigação identificou 46 mutações altamente prevalentes específicas da Ómicron, incluindo várias localizadas na região da proteína “spike”, que é onde os anticorpos se ligam ao vírus para impedir a infeção.
“O objetivo dos anticorpos é reconhecer o vírus e interromper a ligação, o que impede a infeção”, disse Kamlendra Singh. “No entanto, descobrimos que muitas das mutações na variante Ómicron estão localizadas exatamente onde os anticorpos se deveriam ligar, o que leva a que o vírus continue a evoluir de uma maneira que pode escapar ou evadir-se aos anticorpos existentes e, portanto, continuar a infetar tantas pessoas.”
À medida que os tratamentos antivirais para indivíduos infetados com COVID-19 continuam a ser desenvolvidos, uma melhor compreensão de como o coronavírus está a evoluir ajudará a garantir que futuros tratamentos antivirais sejam direcionados para partes específicas do vírus para produzir resultados mais eficazes.
Todo o trabalho de investigação já começou a dar frutos e deu origem ao lançamento na Índia de um suplemento, o CoroQuil-Zn, que pode ser tomado pelas pessoas com COVID-19 para as ajudar a reduzir a carga viral. Os investigadores indicam que o suplemento irá ser submetido para a aprovação à Agencia de Medicamentos dos EUA (FDA).
Para o investigador Kamlendra Singh “o primeiro passo para resolver um problema é entender melhor em primeiro lugar o problema específico”. O estudo já foi publicado no Journal of Autoimmunity.