A Empresa Comum Europeia para a Computação de Alto Desempenho (EuroHPC), que reúne recursos europeus para compra e implantação de supercomputadores e tecnologias de craveira mundial, anunciou a assinatura de um contrato no valor de 20 milhões de euros para um novo sistema de supercomputação, o “Deucalion” a instalar em Portugal.
O contrato envolve para além da EuroHPC a Fundação Portuguesa para a Ciência e Tecnologia (FCT), Centro de Computação Avançada do Minho (MACC), que é a anfitriã do supercomputador, e a Fujitsu, fornecedora do sistema. O contrato é no valor de 20 milhões de euros, com 7 milhões de euros a serem investidos pela União Europeia, através da EuroHPC.
O sistema de High-Performance Computing (HPC) é um supercomputador petaescala, capaz de um desempenho máximo de 10 Petaflops ou 10 milhões de bilhões de cálculos por segundo, é baseada em tecnologia ARM – a CPU Fujitsu A64FX atualmente usada pela Fugaku, o supercomputador mais rápido do mundo no momento.
O “Deucalion”, a instalar no Minho até 2022, irá proporcionar um contexto único e inovador para demonstrar os princípios da computação verde na Europa e em todo o mundo, com uma infraestrutura totalmente sustentável. Uma estrutura que é cofinanciada por fundos de ciência nacionais, fundos estruturais europeus atribuídos ao Norte de Portugal e o Fundo Português de Apoio à Inovação e Fundo de Eficiência Energética, este da competência do Ministério do Ambiente e Ação Climática.
O novo supercomputador irá ser utilizado na investigação e desenvolvimento de tecnologias eficientes em termos de recursos e de energia, na descoberta de medicamentos e nas previsões meteorológicas. O novo supercomputador também irá contribuir para o desenvolvimento de aplicações industriais em muitos domínios, como, a conceção de medicamentos e materiais, bioengenharia e sistemas energéticos respeitadores do clima.
O “Deucalion” a ser instalado no MACC da FCT, em estreita colaboração com o Município de Guimarães e a Universidade do Minho, no norte de Portugal, no âmbito de uma infraestrutura informática totalmente sustentável tem como objetivo de promover novos avanços na as transições digital e verde, a par de um novo estímulo à coesão regional, referiu Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal.
O Ministro acrescentou que a infraestrutura “representará 50 milhões de euros do investimento total, constituirá uma importante conquista da Presidência portuguesa da União Europeia, mas também, e sobretudo, mais um passo rumo envolver todas as regiões na ampla rede europeia de computação de alto desempenho, bem como permitir que as infraestruturas digitais promovam novas fronteiras de conhecimento em várias disciplinas e rumo a um futuro melhor e mais verde.”
João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e Ação Climática de Portugal, explicou: “Todo o funcionamento deste supercomputador será baseado em fontes renováveis de energia, seja pela produção direta de eletricidade a partir das tecnologias solar e eólica em uma lógica de autoconsumo, seja pela combinação com sistemas de armazenamento.”
“Estou muito contente por termos assinado o contrato de supercomputador petaescala Deucalion. Este último acordo significa que temos um sétimo supercomputador a ingressar na rede EuroHPC! Os utilizadores do EuroHPC irão beneficiar deste supercomputador mais recente, onde quer que estejam na Europa”, referiu Anders Dam Jensen, o Diretor Executivo da EuroHPC.
O supercomputador “ajudará a agilizar o diagnóstico e tratamento de doenças, antecipar melhor as condições meteorológicas ou avançar as fronteiras do conhecimento da matéria. Esse sistema de última geração também apoiará nossa ambição de tornar a Europa um líder global em HPC”, concluiu Anders Dam Jensen.
Rui Oliveira, Diretor Científico do MACC, esclareceu: “O “Deucalion” foi projetado para ser um sistema de última geração altamente eficiente, com excelência em cargas de trabalho HPC tradicionais, bem como em análises de dados complexas e aprendizado de máquina. Além de ser uma infraestrutura de capacitação chave para muitos domínios da ciência, com sua arquitetura híbrida, o “Deucalion” tem como alvo o reforçar o avanço das competências de computação nacional, tanto na academia quanto na indústria.”