SPP arranca com estudo epidemiológico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica para ajudar doentes

SPP arranca com estudo epidemiológico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica para ajudar doentes
SPP arranca com estudo epidemiológico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica para ajudar doentes. Foto: DR

Em Portugal, cerca de 70% dos pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) não estão diagnosticados, o alerta é da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), que também chama a atenção para a urgência de se conhecerem os verdadeiros números dos doentes com DPOC.

No mês em que se assinala o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, a 20 de novembro, a SPP, refere que com uma prevalência crescente a nível global, a DPOC está, atualmente, entre as principais seis causas de morte em todo o mundo.

No entanto, e de acordo com um estudo de perceção realizado pela SPP em 2021, foi verificado que 67% dos portugueses desconheciam essa entidade clínica, e a SPP releva que esse desconhecimento também estava entre os consumidores de produtos de tabaco, que são considerados o principal grupo de risco para o desenvolvimento de DPOC.

Tosse, cansaço e falta de ar são os principais sintomas da DPOC que devem levar os doentes a procurar ajuda. No entanto, continua a prevalecer um subdiagnóstico, e isso é uma preocupação que a SPP manifesta, dado que os doentes não diagnosticados não fazem qualquer tipo de tratamento para o atraso da progressão das lesões pulmonares.

“É urgente apurar a prevalência da DPOC em Portugal e traçar o perfil de risco dos doentes, para que possamos tomar medidas de saúde pública preventivas e articuladas com as autoridades de saúde do nosso país”, afirmou António Morais, presidente da SPP.

Assim, em face da situação, a SPP indica que de acordo com o há muito planeado, um estudo epidemiológico conduzido pela SPP irá para o terreno ainda em 2024.

“Por força da pandemia fomos obrigados a adiar este trabalho, mas estão agora reunidas as condições para avançarmos, com o apoio de vários parceiros, naquele que será o maior estudo epidemiológico alguma vez realizado no nosso país, no âmbito da DPOC”, acrescentou António Morais.

A SPP indica que o estudo que vai levar a cabo tem como principal inovação, a nível mundial,” o facto de incluir indivíduos com mais de 20 anos, dado que é do conhecimento atual, que as primeiras manifestações da DPOC podem surgir em idades mais precoces e associadas a outros fatores de risco que não o tabagismo, como é o caso do nascimento prematuro, da exposição a gases, poeiras e a partículas tóxicas, nomeadamente no meio laboral, à história de infeções respiratórias de repetição, entre outros”.