O arquiteto Álvaro Siza Vieira e a artista Madelon Vriesendorp, co-fundadora do OMA – Office for Metropolitan Architecture, em Nova Iorque, são os cabeças de cartaz do Archi Summit 2019, o maior evento nacional de arquitetura, que este ano se realiza a 10, 11 e 12 de julho nas Carpintarias de São Lázaro, em Lisboa.
A edição de 2019 é mais (multi)cultural de sempre, sob a curadoria de Ivo Poças Martins e Matilde Seabra. Os temas “On Drawing”, “On Building” e “On the Monumental” dão o mote a conversas entre as duplas de convidados que vão participar nos três dias de evento, num formato que a organização indicou ser totalmente novo, e que conta ainda com uma área de exposição de materiais e soluções de construção, além de momentos dedicados ao networking.
“Será seguramente a edição mais cultural de sempre do Archi Summit, numa perspetiva que coloca a cultura dentro da multiculturalidade, aspeto que está inclusive presente no local onde decorre o evento, uma vez que estaremos nas Carpintarias de São Lázaro, junto ao Martim Moniz, a zona mais multicultural de Lisboa”, referiu Bruno Moreira, responsável pela organização do Archi Summit 2019.
“O novo formato assente na realização de diálogos sobre arquitetura entre os participantes contribui para evidenciar esta componente cultural mais acentuada, que convida à partilha de experiências e discussão de ideias, indo além da apresentação de projetos” acrescentou Bruno Moreira.
Nos três dias o Archi Summit conta com nove conferências em formato de diálogo. O primeiro dia é dedicado ao tema “On Drawing” e versa sobre o desenho enquanto representação arquitetural, elemento técnico e objeto artístico, mas também como forma de pensamento e uma expressão de conhecimento. Sob esta premissa, Siza Vieira vai estar lado a lado com Niall Hobhouse, curador da London School of Architecture, e um dos maiores colecionadores de desenhos de arquitetura do mundo; Madelon Vriesendorp conversa com Pedro Bandeira, e Francesca Torzo junta-se a Joaquim Moreno.
“On building” é o tema central do segundo dia de diálogos sobre arquitetura do Archi Summit, que vai abordar a construção como um ato de transformação, de mudar e incluir espaços abertos, mas também de transformar visões em realidade, em construções que perduram, reunindo um vasto número de valores culturais, de localidade ou apropriação, exuberância ou contenção. As conversas sobre arquitetura juntam neste dia Barão-Hutter com Matilde Girão; Stephen Taylor com Jorge Carvalho; e Charlotte Von Moos com Margarida Quintã.
No dia 12 de julho, “On the Monumental” é o mote para os diálogos que juntam Umberto Napolitano e Julia Albani; Job Floris Monadnook e Paulo Martins Barata; e Ricardo Bak Gordon e Rui Furtado. Neste último dia de Archi Summit vai estar em foco o poder que a arquitetura tem de influenciar as sociedades de forma significativa e monumental, através de diversas dimensões. Da mesma forma que um empreendimento pode remodelar uma secção de buraco de uma cidade de um só vez, também um pequeno edifício pode ter um grande significado coletivo, sendo ambos monumentais ao transcender a sua condição material.
A quinta edição do Archi Summit nas Carpintarias de São Lázaro desenrola-se por três pisos, e, além das conferências principais, conta com um espaço de exposição e outras dinâmicas, inclusive no terraço com vista para a cidade. No espaço de exposição de marcas e materiais destaca-se a presença de marcas como a Secil, a Gyptec, a estreante Volcalis, a Barbot e o grupo BMI, que irão apresentar algumas das mais recentes soluções dos seus portefólios.
Ao longo das suas quatro edições anteriores o Archi Summit conquistou um lugar de referência no setor da arquitetura nacional, tendo reunido mais de 2.000 arquitetos e sido distinguido pelos Prémios Lusófonos da Criatividade na categoria de Evento Cultural. Manuel Aires Mateus, Carrilho da Graça, Junya Ishigami, Annette Gigon, Paulo Martins Barata, Marie Jose Van Hee, Tiago Mota Saraiva e Nuno Portas são alguns dos prestigiados arquitetos que já marcaram presença no Archi Summit, que veio propor uma nova abordagem de debate para a arquitetura nacional.