Um sismo de magnitude 5.3 na escala de Richter, com epicentro calculado a 60 Km a oeste de Sines fez com que muitos residentes na área metropolitana de Lisboa, que se localiza num território suscetível a sismos e outros acidentes geológicos, acordassem em sobressalto na madrugada de dia 26 de agosto, às 5h11.
Em comunicado o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, indica que o sismo foi registado na Rede Sísmica do Continente, e não é conhecido que tenha causado “danos pessoais ou materiais”, tendo sido “sentido com intensidade máxima IV/V, na escala de Mercalli modificada, na região de Sines”, e igualmente “sido sentido com intensidade na região de Setúbal e Lisboa”.
Como refere a Área Metropolitana de Lisboa (AML) os terremotos, embora raros, encontram-se historicamente documentados, sendo de destacar, pelos piores motivos, os eventos ocorridos em 20 ou 26 de janeiro de 1531, em 1 de novembro de 1755, seguido de tsunami, com epicentro na região do Banco de Gorringe a SW de Sagres, a 11 de novembro de 1858, com epicentro no canhão de Setúbal ou, mais recentemente, a 28 de fevereiro de 1969, com epicentro no também no Banco de Gorringe, com magnitude 7.3 da escala de Richter.
A região tem o “Plano Especial de Emergência para o Risco Sísmico da AML e concelhos limítrofes”, elaborado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e aprovado pela Comissão Nacional de Proteção Civil, no âmbito da Resolução 22/2009 e, que é um instrumento de suporte ao sistema de proteção civil para a gestão operacional em caso da ocorrência de um evento sísmico na região.
No contexto de um evento sísmico de grande amplitude, o plano especial de emergência tem como objetivos principais providenciar as condições e a disponibilização de meios que minimizem os efeitos adversos de um evento sísmico de grande amplitude, desenvolver preparação para a emergência, de forma a criar mecanismos de resposta imediata e sustentada, promover estratégias que assegurem a continuidade e a manutenção da assistência e possibilitem a reabilitação do funcionamento dos serviços públicos e privados essenciais e das infraestruturas vitais, e preparar a realização de treinos e exercícios e promover junto das populações ações de sensibilização para a autoproteção.
Os municípios da AML têm procurado estudar os impactos locais destes fenómenos e melhorar o respetivo grau de preparação através de vários projetos de diagnóstico, planeamento ou aviso e alerta. Um dos exemplos, o Projeto RESIST no município de Lisboa, a recente implementação de Pontos de Encontro no município do Seixal ou a operacionalização de um Sistema de Aviso e Alerta de Tsunami pelos municípios de Cascais e Lisboa, em colaboração com a AML, e Setúbal, entre outros projetos municipais de referência.
A AML, com o objetivo de prevenir e limitar os riscos coletivos e a ocorrência de acidentes graves na região, convida-o a conhecer os três gestos básicos: baixar, proteger e aguardar, e outras recomendações a observar antes, durante e depois do desencadear de um evento sísmico, através da consulta da informação presente ao documento da responsabilidade da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Se sentiu o sismo da madrugada de 26 de agosto, pode partilhar a sua experiência através do preenchimento do breve questionário do IPMA, “Sentiu um sismo?”, disponível nesta ligação.