A Comissão Europeia divulgou, hoje, as Pequenas e Médias Empresas (PME) que foram selecionadas para financiamento do Instrumento PME (Fase 1) do programa de Investigação Horizonte 2020, tendo contemplado mais de 246 PME de 24 países europeus, onde se incluem sete de Portugal.
Cada uma das sete PME portuguesas recebe 50 mil euros para desenvolver o plano de negócio dos projetos que apresentou na candidatura. As PME são as seguintes:
•WATGRID, Lda, de Aveiro. O projeto Winegrid consiste numa plataforma para monitorar remotamente e em tempo real o vinho e, assim, permitir que os produtores “tenham um olho dentro do barril de vinho”. O Winegrid é uma solução inteligente baseada em uma rede de sensores inovadores colocados nos recipientes, sejam barris, tanques ou prensas, durante o processo de vinificação do vinho. O Winegrid fornecer uma análises em tempo real e controlando os 5 parâmetros cruciais de vinificação: nível; cor; turbidez; densidade e temperatura. O sistema envia as informações diretamente para a plataforma online. Um sistema que utiliza a internet das coisas (IoT) na produção do vinho.
•Funcional, Lda, de Braga. O projeto NMRT recorre à ressonância eletromagnética para o tratamento da água. Assim, o objetivo é colocar no mercado uma tecnologia disruptiva para tratar águas residuais, produzindo flóculos inertes como biprodutos. Um protótipo já foi testado com sucesso em diferentes tipos de águas residuais, como indústrias de adegas, aterros, lixiviados, curtumes e têxteis.
•IMPROVEAT, Lda, de Braga. O projeto Impearl consiste no uso da tecnologia Impearl para revolucionar a indústria alimentar. A empresa propõe revolucionar o mercado de iogurte, mas a tecnologia pode vir a ser aplicada a outros produtos alimentícios, como queijo e gelado. O Impearl apresenta-se como um novo paradigma dos iogurtes aromatizados – uma cápsula muito fina, comestível, impermeável, pasteurizada e sem sabor, que contém um sabor puro, que é misturado no iogurte e libera seu conteúdo quando consumido.
•Delox, lda, de Cascais, A dryVHP é a proposta da empresa para uma biodescontaminação hospitalar mais barata, eficaz, robusta e não tóxica, em comparação com as atuais. A dryVHP é uma nova formulação do Peróxido de Hidrogênio Vaporizado, em que apenas necessita de ser aquecido até aos 60 graus Celcius.
•FLANER, Lda, de Lisboa. O projeto Flaner consiste numa plataforma de software que torna mais eficaz a recolha de informação de um conteúdo informativo, que os utilizadores pretendem conhecer, e com capacidade para recuperar automaticamente essas informações no momento e no contexto certo. Para isso a plataforma usa processamento de linguagem natural, redes neurais e autoaprendizagem de outras capacidades.
•Mercurius Health SA, de Lisboa, O projeto consiste na plataforma Mercuris Connect que permite que pacientes oncológicos acedam a profissionais de radioterapia mais especializados. A plataforma vai permitir encontrar técnicos dosimetristas altamente especializados, em todo o mundo, para realizar dosimetria clínica sob pedido. A criação de uma dosimetria clínica, um plano de tratamento, que determina um conjunto de campos de radiação, e que vai fornecer a dose de radiação prescrita para um volume tumoral delimitado, minimizando o impacto nos tecidos / órgãos circundantes, é uma das mais complexas tarefas em radioterapia.
O Mercurius Connect oferece aos centros de RT a possibilidade de obter um serviço de alta qualidade, diminuindo as ineficiências relacionadas com a existência de maior ou menor número de profissionais de radioterapia altamente especializados no mercado.
•Nexlys Lda, de Marinhais. O projeto FIT consiste num toolkit inteligente baseado em realidade aumentada para apoiar os agricultores nas suas operações diárias. O FIT vai fornecer uma melhor gestão das culturas e mais simplificada, maximizar os investimentos existentes, reduzir custos de operação e de gestão, reduzir perdas, melhorar a rentabilidade e as condições de trabalho.
O Comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, referiu: “Estas sete empresas agora premiadas juntam-se a outras 88 PME que, desde 2014, foram financiadas pelo Instrumento PME (Fase 1). Juntas comprovam, mais uma vez, que os empreendedores portugueses que apostam na inovação conseguem desenvolver projetos de qualidade e competir ao mais alto nível e internacional.”
O valor para as sete empresas é 350 mil euros dos 12,2 milhões atribuídos durante esta Fase 1 do Instrumento PME. Mas as PME recebem também formação gratuita e serviços de aceleração de negócios.
O Instrumento PME é parte do projeto-piloto Conselho Europeu de Inovação, que apoia inovadores, empreendedores, pequenas empresas e cientistas de excelência com oportunidades de financiamento e serviços de aceleração. Desde o lançamento do programa, a 1 de janeiro de 2014, foram selecionadas 3 115 PME para financiamento ao abrigo da Fase 1 do Instrumento PME. Dessas empresas 87 são portuguesas e receberam um financiamento total de 10,25 milhões de euros.