Os dados fornecidos pelo satélite europeu Copernicus, uma componente do programa espacial da União Europeia, mostram que o este mês de julho tornou-se no mês mais quente alguma vez registado na Terra.
As primeiras três semanas de julho foram as três semanas mais quentes já registadas, depois do recorde atingido em junho, que foi o mês mais quente de sempre desde que há registos.
Os especialistas indicam que estas temperaturas elevadas estão relacionadas com uma série de fenómenos meteorológicos extremos, como vagas de calor na América do Norte, na Ásia e na Europa, bem como incêndios florestais na Grécia, Itália, Espanha e Canadá, com consequências desastrosas na vida das pessoas, no ambiente e nas economias locais.
Em 6 de julho, a média diária da temperatura média global do ar na superfície da Terra ultrapassou o recorde estabelecido em agosto de 2016, tornando-se o dia mais quente já registado, com 5 e 7 de julho logo atrás.
A temperatura média global excedeu temporariamente o limite de 1,5° Celsius acima do nível pré-industrial durante a primeira e terceira semana do mês. Desde maio, a temperatura média global da superfície do mar está bem acima dos valores observados anteriormente para a época do ano; contribuindo para o julho excecionalmente quente.
“Temperaturas recordes fazem parte da tendência de aumentos drásticos nas temperaturas globais. As emissões antrópicas são, em última análise, o principal fator dessas temperaturas crescentes”. Ele acrescentou: “É improvável que o recorde de julho permaneça isolado este ano, as previsões sazonais do C3S indicam que as temperaturas nas áreas terrestres provavelmente estarão bem acima da média, excedendo o percentil 80 da climatologia para a época do ano”.
Petteri Taalas, Secretário-Geral da Organização Meteorológica Mundial, referiu: “O clima extremo que afetou muitos milhões de pessoas em julho é, infelizmente, a dura realidade da mudança climática e uma amostra do futuro”.
“A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa é mais urgente do que nunca. A ação climática não é um luxo, mas uma obrigação” indicou Carlo Buontempo, Diretor do Copernicus Climate Change Service.