No dia 21 de agosto deve partir para o espaço o mais recente satélite do programa Earth Explorer da Agência Espacial Europeia (ESA, da sigla em inglês). A equipa do porto espacial europeu na Guiana Francesa já se despediu do satélite Aeolus, encontrando-se agora já dentro da unidade que vai ser acoplada ao foguetão Vega.
O Aeolus chegou ao local de lançamento no início de julho, e a partir daí, foi exaustivamente testado e abastecido com hidrazina, o propelente usado nos satélites artificiais.
O satélite Aeolus tem como missão preencher uma lacuna do conhecimento de como o nosso planeta Terra funciona, e com recurso a nova tecnologia vai observar o planeta do espaço.
O instrumento Aladin, que equipa o satélite, inclui tecnologia laser revolucionária para gerar pulsos de luz ultravioleta que são enviados para a atmosfera para formar o perfil dos ventos em torno da Terra, o que é uma abordagem completamente nova para medir o vento a partir no espaço. Assim, o Aeolus vai dar resposta às necessidades da Organização Meteorológica Mundial que tem indicado a falta de medições globais diretas do vento como um dos maiores déficits do Sistema Global de Observação.
O Aeolus vai com o instrumento Aladin, fornecer aos cientistas as informações necessárias para entenderem como o vento, a pressão, a temperatura e a umidade estão interligados. Mas o Aeolus vai também fornecer dados sobre como o vento influencia a troca de calor e humidade entre a superfície da Terra e a atmosfera, que são aspetos importantes para o entendimento das mudanças climáticas.
A ESA indicou que embora as previsões meteorológicas tenham avançado consideravelmente nos últimos anos, a Aeolus vai fornecer perfis de vento globais para melhorar ainda mais a precisão das previsões. Os dados vão ser usados em modelos de qualidade do ar para também melhorar as previsões de poeira e outras partículas transportadas pelo ar que afetam a saúde pública.
A missão da Aeolus vai não só permitir outra compreensão da dinâmica atmosférica, mas vai também vai fornecer informações que são necessárias para melhorar as previsões meteorológicas.
O instrumento Aladin vai permitir sondar os 30 quilómetros mais baixos na atmosfera para fornecendo os perfis de vento, aerossóis e as nuvens ao longo do caminho orbital do satélite, utilizando um sistema de laser que emite pulsos curtos e potentes de luz ultravioleta na atmosfera.
O sistema recolhe a luz que é retrodifundida por moléculas do ar, partículas de poeira e gotículas de água. O recetor analisa o desvio Doppler do sinal de retroespalhamento para determinar a velocidade e a direção do vento em várias altitudes abaixo do satélite.