O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) está a desenvolver duas plataformas robóticas capazes de virem a agir nas duas fases cruciais do ciclo de atuação da Agricultura de Precisão.
As plataformas robóticas vão ser capazes, num futuro próximo, de combater pragas e doenças em terrenos agrícolas, de uma forma mais eficiente e eficaz em termos económicos e ecológicos, do que se realiza atualmente.
Atualmente a recolha de informação nos terrenos agrícolas não é feita de forma contínua e abrangente, levando o agricultor a atuar com base na sua experiência, e fazendo-o de uma forma homogénea e pouco precisa.
As plataformas robóticas vão permitir uma recolha contínua de dados, de forma mais precisa, e através de sistemas de apoio à decisão, fazer planos rigorosos, nomeadamente para aplicação de produtos fitofarmacêuticos, permitindo a redução do seu desperdício, refere o INESC TEC.
Depois da recolha dos dados, e no caso de pragas e doenças, é traçada uma carta onde são definidos os locais onde se deve proceder ao tratamento e com quais as doses devidas. É com base nesta carta que os robôs vão atuar aplicando os respetivos produtos fitofarmacêuticos.
“A utilização de robôs permitirá reduzir os tempos das operações, melhorar a eficiência da aplicação de fitofármacos, reduzir a exposição dos recursos humanos a condições adversas e potencializar zonas de declive acentuado para produção agrícola”, explica Filipe Neves dos Santos, investigador do INESC TEC, citado em comunicado.
Para o investigador “os sistemas inteligentes, e em especial os robôs, conseguem aplicar os fitofármacos de uma forma mais precisa, no local sinalizado, no momento certo e na quantidade exata, no sentido de eliminar desperdícios e eventuais contaminações de solos com químicos”.
Duas plataformas robóticas estão presentes na AgroGlobal 2016, no Pavilhão da Tecnologia “AgroInov”, onde investigadores do INESC TEC dão conta dos desafios e capacidades dos robôs.
A plataforma AGROB V14 que se destina à medição da variabilidade (aquisição de dados/sensorização/monitorização), nomeadamente em vinhas de encosta, apresenta “o aspeto inovador de ter sido concebida com um centro de gravidade baixo, para se adaptar a terrenos inclinados e irregulares, e está equipada com um sistema de navegação avançado, que lhe permite estimar a sua localização mesmo quando o GPS não está totalmente disponível”.
A plataforma robótica AGROB V16, que está a ser desenvolvida de forma modular, vai para além das tarefas de medição da variabilidade. Está também equipado com tecnologias que permitem a pulverização de precisão, bem como com manipuladores robóticos para operações de poda ou colheita.