O Parlamento Europeu reelegeu com Presidente, Roberta Metsola, por uma larga maioria de votos. Roberta Metsola no seu discurso defendeu “uma Europa acessível a todos, da qual todos se sintam não apenas parte, mas também donos”.
A Presidente reeleita referiu que a polarização nas nossas sociedades levou a uma política de maior confronto, “até mesmo à violência política”, e defendeu que é preciso combater o “que fomenta a raiva e o ódio em vez de construir esperança e crença”.
“Esta é a Casa que representa o oposto. Que quer construir em vez de destruir. Que não tem medo de tomar o caminho difícil. Que é capaz de encontrar e usar sua voz para o bem comum. Que é o contraponto à autocracia; que dobra a necessidade de lutar pelo estado de direito; que entende que todos nós devemos ser verdadeiramente iguais na Europa”, referiu Roberta Metsola.
Dirigindo-se aos eurodeputados, Roberta Metsola, salientou: “Compartilhamos a responsabilidade de deixar a Europa um lugar melhor do que aquele que encontramos”.
E preconizou, estabelecendo linhas gerais de política para um novo período, afirmando:
■ Estrutura de segurança e defesa – “Deixaremos a Europa um lugar melhor ao criar uma nova estrutura de segurança e defesa que mantenha as pessoas seguras e resista aos sonhos expansionistas dos ditadores na nossa vizinhança. Que derrote as ameaças híbridas que ainda enfrentamos. Que proteja a Europa. Que defenda a nossa autonomia estratégica. Que mantenha a paz. Que entenda que a ameaça que enfrentamos é muito real.”
■ Competitividade e União Bancária – “Deixaremos a Europa um lugar melhor dobrando a competitividade da Europa – aprofundando o mercado único, garantindo empregos de qualidade, concluindo acordos comerciais globais, completando nossa união bancária e de mercados de capital e tendo metas implementáveis para a indústria. Isso mantém os negócios da Europa na Europa e nos dá a capacidade de investir em nossa juventude, em pesquisa, em educação, em cultura, em nossas comunidades e no resto do mundo. Por simplificação. Cortando a burocracia desnecessária que afasta pessoas e empregos da Europa. Os sucessos que nosso povo mais lembra são aqueles em que a Europa simplificou suas vidas.”
■ Soluções reais sobre o clima – “Deixaremos a Europa um lugar melhor ao dar soluções reais sobre o clima. A Europa tem um legado orgulhoso e estou convencido de que podemos permanecer como líderes mundiais e encontrar uma maneira de atingir nossas metas de uma maneira que mantenha todos a bordo. Isso permite que o desenvolvimento sustentável ande de mãos dadas com a proteção do nosso ambiente natural e património. Podemos alcançar ambos.”
■ Reforço do pilar social – “Deixaremos a Europa um lugar melhor se formos capazes de reforçar o pilar social da Europa. Se dermos esperança e dignidade às pessoas. Se as pensões e os salários atenderem às expectativas sociais. Não podemos seguir em frente se nossos jovens não puderem alugar, muito menos comprar, um lugar que possam chamar de lar. A crise imobiliária da Europa está se aproximando e precisamos ter as ferramentas para ajudar a lidar com isso, mesmo em nível europeu.”
■ Migração e asilo – “Deixaremos a Europa um lugar melhor se finalmente conseguirmos implementar uma legislação adequada de migração e asilo. Isso inclui o gerenciamento de fronteiras necessário, com uma política de retorno e, acima de tudo, que seja centrada no ser humano. Isso garante que nenhuma outra mãe tenha escolha a não ser colocar seu filho em um barco frágil nas mãos de redes criminosas de tráfico. Isso garante que a Europa seja capaz de viver de acordo com seu legado histórico e orgulhoso.”
■ Digital e Inteligência Artificial – “Deixaremos a Europa um lugar melhor se formos capazes de aproveitar as oportunidades que a era digital permite. Que a Inteligência Artificial oferece. Temos que nos manter à frente da curva e estar em posição de colher os benefícios e mitigar as consequências da desinformação. Temos todo o conhecimento do mundo na ponta dos dedos e, ainda assim, as pessoas se sentem mais solitárias do que nunca. Isso mostra o quanto a Europa também deve significar comunidade.”
■ Discriminação, antissemitismo ou islamofobia – “Não podemos deixar a Europa um lugar melhor se as pessoas ainda não conseguirem ser quem desejam ser e amar quem desejam amar em qualquer lugar da Europa. Se não removermos todas as barreiras que impedem as pessoas com deficiência em nossa União de terem as mesmas possibilidades na vida que todos os outros. Se não conseguirmos combater a discriminação ou conter o crescente antissemitismo ou islamofobia. Se o ódio e a violência continuarem a ser uma força motriz de muito do nosso discurso político. Devemos entregar uma Europa onde todos se sintam em casa.”
■ Discriminação e violência de género – “Não podemos deixar a Europa um lugar melhor se muitas mulheres ainda não conseguem se sentir parte dela. Muitas mulheres ainda são abusadas, ainda são espancadas, ainda são assassinadas em nossa Europa. Muitas mulheres ainda estão lutando por direitos. Muitas mulheres ainda ganham menos que os homens pelo mesmo trabalho. Muitas mulheres ainda sentem medo. Esta deve se tornar a Europa delas também.”