Responsável da ajuda humanitária da ONU faz apelo para salvar palestinianos em Gaza

Responsável da ajuda humanitária da ONU faz apelo para salvar palestinianos em Gaza
Responsável da ajuda humanitária da ONU faz apelo para salvar palestinianos em Gaza. Foto: © OMS/arquivo

Após uma viagem pelo Médio Oriente com reunião com autoridades e agências das Nações Unidas em Damasco, Homs, Aleppo, Idlib, Ancara, Beirute, Nabatieh e Amã, bem como no Território Palestiniano Ocupado, Tom Fletcher, Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, para o Território Palestiniano Ocupado manifestou o olhar sobre a situação em Gaza e Cisjordânia.

Morte e fome em Gaza

Tom Fletcher lembrou que “em janeiro de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça emitiu o primeiro conjunto de ordens provisórias no caso sobre a aplicação da Convenção sobre Genocídio na Faixa de Gaza”, mas “menos de um ano depois, a intensidade sustentada da violência significa que não há lugar algum em que os civis em Gaza estejam seguros. Escolas, hospitais e infraestrutura civil foram reduzidos a escombros.”

O responsável pela ajuda humanitária da ONU indicou que “o norte de Gaza está sob um cerco quase total há mais de dois meses, levantando o espectro da fome”, e “o sul de Gaza está extremamente superlotado” tornando “as condições de vida horríveis e necessidades humanitárias ainda maiores à medida que o inverno se aproxima.”

“Em Gaza, os ataques aéreos israelitas em áreas densamente povoadas continuam, incluindo áreas para onde as forças israelitas ordenaram que as pessoas se mudassem, causando destruição, deslocação e morte”.

Ajuda humanitária tornou-se impossível

Tom Fletcher constatou a impossibilidade de entregar apoio humanitário à população, e que Gaza é atualmente um lugar mais perigoso, em que num ano foram mortos mais agentes humanitários do que em qualquer outro ano.

Além disso, “e apesar das enormes necessidades humanitárias, tornou-se quase impossível entregar, até mesmo uma fração da ajuda que é tão urgentemente necessária. As autoridades israelitas continuam a negar-nos acesso significativo – mais de 100 solicitações de acesso ao Norte de Gaza foram negadas desde 6 de outubro. Também estamos verificar agora uma quebra da lei e da ordem e o saque armado sistemático dos nossos suprimentos por gangues locais.“

Recorde de mortes na Cisjordânia

Também, “na Cisjordânia a situação continua a se deteriorar, e o número de mortos é o mais alto que já registamos. No ano passado, as operações militares israelitas resultaram na destruição de infraestrutura essencial, como estradas e redes de água, especialmente em campos de refugiados dos quais famílias foram deslocadas. A crescente violência dos colonos e as demolições de casas resultaram em deslocamento e necessidades crescentes. As restrições de movimento estão a impedindo os meios de subsistência das pessoas e o acesso a serviços essenciais – especialmente assistência médica.”

“Diante desses desafios, a ONU e a comunidade humanitária continuam a tentar permanecer” e a ajudar os sobreviventes e continuar a procurar “soluções humanitárias práticas”.

O responsável da ONU termina com um apelo “à comunidade internacional para defender o direito humanitário internacional, exigir proteção de todos os civis, insistir que o Hamas liberte todos os reféns, defender o trabalho vital da UNRWA e quebrar o ciclo de violência.”