Resistência antimicrobiana reúne responsáveis governamentais mundiais na Arábia Saudita

Resistência antimicrobiana reúne responsáveis governamentais mundiais na Arábia Saudita
Resistência antimicrobiana reúne responsáveis governamentais mundiais na Arábia Saudita. Foto: © OMS

O Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na 4ª Conferência Ministerial Global sobre resistência antimicrobiana, na Arábia Saudita, que “a resistência antimicrobiana não ameaça apenas tornar os medicamentos, dos quais dependemos, menos eficazes”, pois “isso já está a acontecer”.

Ao tornar os medicamentos menos eficazes os riscos das pessoas morrerem de infeções resistentes a antibióticos aumenta, e isso já está a acontecer, pois as pessoas “estão a morrer agora – 1,3 milhão de pessoas por ano”.

“A ação contra a resistência antimicrobiana é tão urgente quanto a ação climática”, afirmou Tedros Ghebreyesus, e lembrou: “A declaração política acordada na Assembleia Geral estabeleceu metas claras para prevenção, diagnóstico, tratamento e financiamento, o que deve reduzir as mortes por resistência antimicrobiana bacteriana em 10% até 2030.”

Ainda não foram metas específicas de redução do uso de antimicrobianos no setor agroalimentar e de saúde animal, no entanto, “a declaração fornece uma estrutura sólida de ação para procurar uma redução significativa no uso de antimicrobianos em todos os setores”.

Agora, no entendimento de Tedros Ghebreyesus cada país deve traduzir a declaração em ações concretas, ou seja, da declaração à implementação, e lembrou que a reunião concentra-se em questões-chave, incluindo governança, vigilância e administração, acesso e acessibilidade, e capacitação.

O Diretor-Geral da OMS destacou “três prioridades para a implementação da Declaração Política, particularmente em países de baixo e médio rendimento”.

Primeiro: é preciso aumentar o financiamento sustentável, tanto de fontes nacionais quanto internacionais, pelo que Estados-Membros e os parceiros de desenvolvimento devem aderir ao Fundo Fiduciário Multiparceiro da resistência antimicrobiana, sendo necessário mais recursos financeiros para atingir a meta de 60% de países com planos de ação nacionais financiados.

Segundo: devemos aumentar o acesso equitativo a antimicrobianos de qualidade, garantindo ao mesmo tempo o uso apropriado, pois a resistência antimicrobiana “é causada pelo uso inadequado de antimicrobianos e, ainda assim, um grande número de pessoas também morre porque não consegue ter acesso a esses medicamentos.”

Terceiro: precisamos aumentar a investigação, o desenvolvimento e a inovação para lidar com o problema dos antimicrobianos, e isso “inclui esforços para melhorar o acesso a antimicrobianos novos e existentes”.

O Diretor-Geral da OMS concluiu afirmando: “a ameaça da resistência antimicrobiana está aqui e agora, mas as soluções também”.