Um grupo de empresas de águas e especialistas está a monitorizar a presença de coronavírus nas águas dos esgotos em todo o Reino Unido. Um trabalho que faz parte de um sistema de aviso prévio para detetar novos surtos de coronavírus.
Esta nova abordagem baseia-se em descobertas recentes de investigação de que fragmentos de material genético (RNA) do vírus podem ser detetados nas águas residuais, e isso pode ser usado para detetar a presença do vírus na população de um determinado bairro, cidade ou outro qualquer local ou espaço, em especial quando os infetados possam ser assintomáticos ou na condição de pré-sintomáticos.
A Agência do Ambiente do Reino Unido indicou que são recolhidas amostras nas unidades de tratamento de esgotos em todo o país, e que os dados vão ser usados para refinar a abordagem e alimentar o Sistema de Alerta COVID-19 criado pelo Joint Biosecurity Center (JBC). No entanto as técnicas ainda estão a ser melhoradas e envolvem a colaboração das empresas de água e as Universidades de Bangor, Edimburgo, Bath e Newcastle.
Na Escócia, a Agência Escocesa de Proteção Ambiental já começou a analisar as primeiras amostras de águas residuais fornecidas pela Scottish Water, que coordena o trabalho com o Centro de Especialização em Águas do Governo Escocês, o Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo e o Health Protection Scotland.
No País de Gales, estão a ser avaliadas várias opções para apoiar projetos específicos de monitoramento de águas residuais, o que vai complementar o programa para auxiliar a vigilância da COVID-19.
A Agência do Ambiente do Reino Unido lembrou que a “Organização Mundial de Saúde (OMS) é clara: atualmente não há evidências de que o coronavírus tenha sido transmitido pelos sistemas de esgoto”.