O Ministro da Defesa Nacional (MDN), João Cravinho, aprovou hoje a promoção a Brigadeiro-General da Coronel Regina Maria de Jesus Mateus. O despacho seguiu para confirmação do Presidente da República, indicou nota do Ministério da Defesa Nacional.
João Cravinho referiu, citado em comunicado, que “este momento reveste-se de grande simbolismo. É um telhado de vidro que se quebra, e com um significado especial porque vamos ter a primeira mulher Oficial General. Espero que este momento seja um exemplo para todas as mulheres nas fileiras, e uma fonte de inspiração para aquelas que pensam na possibilidade de uma carreira militar”.
A Regina Mateus, que nasceu em 1966, em Maputo, antiga Lourenço Marques, Moçambique, e licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
A Coronel concluiu em 2017 o Curso de Promoção a Oficial General e desempenha atualmente a função de Diretora do Hospital das Forças Armadas. Regina Mateus concorreu à Força Aérea em 1993, e depois de concluir no mesmo ano o Estágio Técnico Militar ingressou no quadro permanente.
Em 1994, a médica Regina Mateus, frequentou o Curso de Medicina Aeronáutica no Centro de Medicina Aeronáutica da Força Aérea Portuguesa, e realizou o Internato Complementar em Cirurgia Geral, de janeiro de 1996 e dezembro de 2001, no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, e torna-se Assistente Hospitalar em Cirurgia Geral em fevereiro de 2002.
A partir de 2003, Regina Mateus ocupou diversos cargos, missões e responsabilidades no domínio da saúde no país e no estrangeiro.
Regina Mateus esteve destacada, em missões de apoio sanitário, na República de São Tomé e Príncipe, Noruega, Lituânia, Afeganistão, por duas vezes, e integrou, no âmbito do “Plano Fénix” – “Ajuda amiga à Líbia”, a equipa de saúde responsável pela evacuação aeromédica Tripoli-Lisboa de 20 doentes líbios a serem tratados nos Hospitais Militares Portugueses.
A mais antiga Coronel das Forças Armadas foi agora promovida no seguimento da deliberação do Conselho de Chefes de Estado-Maior, e da sequente proposta de promoção, apresentada pelo Chefe do Estado-maior da Força Aérea, depois de ouvir o conselho superior do ramo.
O MDN lembrou que foi no final da década de 80 que as cidadãs portuguesas passaram a poder integrar o serviço militar voluntário, incluindo o quadro permanente. O primeiro ramo foi a Força Aérea, em 1988, seguindo-se o Exército e a Marinha, em 1992.
Desde 2008, que as militares portuguesas não têm qualquer tipo de restrições de acesso a classes e especialidades, no seguimento do Despacho do MDN de 6 de junho de 2008, que indicou que “nos concursos de admissão às Forças Armadas se respeite o princípio da igualdade de género no acesso a todas as classes e especialidades”.