Guerras como a Primeira Guerra Mundial, a Guerra Civil de Espanha ou a Segunda Guerra Mundial, bem como ascensão de regimes autoritários na Europa obrigaram milhões de pessoas a abandonar os seus países e a procurar acolhimento noutros em outros países.
Portugal teve durante o século XX um papel central na história dos refugiados. No entanto, as reações e atitudes dos governos e da população portuguesa foram diferentes consoante o regime vigente fosse a Monarquia Constitucional, a Primeira República, a Ditadura Militar e Estado Novo, o contexto internacional ou a composição das vagas de refugiados.
Privilegiando sobretudo a ordem e a segurança, Portugal mostrou-se recetivo e acolhedor quando entendeu que os refugiados não representavam perigo, mas manteve uma postura mais intransigente, restritiva e repressiva sempre que considerou os refugiados uma ameaça para o regime e o país.
Neste olhar para um passado mais atual do que nunca, os historiadores Carolina Henriques Pereira e Fábio Alexandre Faria mostram-nos como Portugal, entre as décadas de 1900 e 1970, foi porto de esperança para milhares de deslocados de guerra e refugiados, embora nem sempre com hospitalidade generalizada.
A publicação “Refugiados em Portugal no século XX” está prevista para 2 de outubro de 2024
Dos autores
Fábio Faria é doutorado em História Moderna e Contemporânea é um investigador galardoado. Em 2021, com o trabalho Refugiados Espanhóis em Portugal venceu o Prémio Mário Soares. Foi-lhe atribuída ainda uma menção honrosa no âmbito do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea.
Carolina Henriques Pereira é doutorada de História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É membro do Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC/FLUC) e autora do livro Refugiados da Segunda Guerra Mundial nas Caldas da Rainha.